Tradição é o que não falta para a prova de São Silvestre, que nesse ano tem sua 84ª edição. Já virou tradição, último dia do ano, quem não vai para Avenida Paulista competir, liga a televisão e torcer pelos brasileiros, que em muitas vezes são superados pelos quenianos, sem dúvida, os maiores rivais dos atletas canarinhos.

 

Lembrar do início onde só os atletas do Brasil ganhavam, é bom. Afinal, somente eles corriam na chamada fase nacional da prova que foi desde 1925 até 1944. Nessa época, somente um descendente de italiano tirou a supremacia dos brasileiros, em 1927 e 1929. Com grande supremacia dos paulistanos, apenas uma vez, o título saiu do estado. O mineiro Joaquim Gonçalves da Silva faturou a prova de 1941.

 

O desenvolvimento chegou juntamente com a inclusão de atletas estrangeiros na prova. As duas primeiras provas, o Brasil faturou a conquista. No entanto, o país ficou de 1946 até 1980 sem um campeão. Ganhou belga, argentino, colombiano, chileno, uruguaio, costarriquenho, mexicano, americano, francês, inglês, entre outros, mas nada de brasileiros. A seca foi quebrada por José João da Silva em 1980, que venceria em 1985 novamente.

 

As conquistas mudariam de mãos na década de 90. O Brasil passaria a conhecer seu grande rival na prova, os quenianos. Com cinco conquistas de Paul Tergat entre 1995 e 2000, os brasileiros viam os africanos se aproximarem no número de conquistas internacionais. Atualmente, os dois países revezam vencedores, mas às vezes surge um etíope como em 2001.

 

Para consagrar tantos vencedores, a prova teve de ter muitas mudanças. A distância percorrida já é mais que o dobro da inicial, e os competidores? É fazer conta sobre qual a diferença de participantes é difícil. A expectativa para 2008 são 20 mil atletas. Em 1925? Cerca de 60 atletas correram a prova. A confraternização do esporte nacional, ela encerra o ano esportivo e reúne o mundo todo na avenida considerada o coração financeiro de São Paulo e do Brasil.

 

Só homens? Não, a São Silvestre depois de muitas edições resolveu acolher as mulheres do mundo também. Em 1975, na prova de estréia, a vitória foi para uma alemã. O Brasil no topo do pódio feminino demorou 20 anos. Carmem Oliveira foi a primeira em 1995. O título foi repetido outras quatro vezes. No entanto, como no masculino, os últimos anos tem sido de domínio queniano. Nada comparado ao império português que entre 1981 e 1988 ganhou sete das oito provas, seis delas com Rosa Mota, a maior vencedora.

 

Veja também:

 

Galeria de fotos dos brasileiros campeões da São Silvestre


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Tradicional em São Paulo, São Silvestre tem história marcada por muitas mudanças

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