Amanhã tem Brasil x Colômbia, valendo vaga para as semifinais da Copa do Mundo. Quem passar, pega o vencedor de França e Alemanha, que também jogam nesta sexta-feira (04). No Brasil a trabalho, o francês Kevin Choquert ficará “superdividido” na questão sobre qual time torcer tanto no duelo sul-americano das quartas de final, quando na fase seguinte.
Isso porque o engenheiro de construção ecológica foi flagrado pela reportagem do Virgula Esporte na Fan Fest da capital paulista vestindo uma camisa da Colômbia, e enganou até este que vos escreve, que esperava entrevistar um torcedor Cafetero.
Com muita simpatia, educação e preocupação em fazer seu espanhol ser bem entendido, Kevin, de 26 anos, disse que ficará em dúvida na escolha por torcer entre os times de Neymar ou James Rodríguez.
“Ah, não sei! Não sei, é difícil, porque gosto muito do Brasil também”, disse o rapaz, trajado de colombiano e rodeado de amigos brasileiros.
“Não sei o que esperar do jogo entre Brasil e Colômbia, mas antes precisamos ganhar da Alemanha, e será muito difícil. Então, não sei. É um clássico europeu e com duas equipes muito fortes”, analisou.
Natural de Paris, sua profissão o obriga a viajar, e só nos últimos cinco meses já passou por Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina “e, agora, o Brasil para a Copa”, e é por causa dessas viagens que sabe falar “um pouco de espanhol”, como fez questão de salientar.
Sem nem citar Franck Ribéry, principal jogador francês da atualidade que foi cortado antes da Copa por uma lesão nas costas, o torcedor mostrou confiança no time treinado por Didier Deschamps, que tem o artilheiro Karim Benzema em ótima fase. Seu único medo antes do torneio eram as altas temperaturas que poderiam atrapalhar os jogadores Bleus.
“Sim, esperávamos ganhar, chegar nas finais. É claro, a equipe da França é boa, mas tem muitas equipes boas também. O clima me preocupava, muito quente, principalmente no norte do país. Não aqui, em São Paulo, Porto Alegre também é frio. Fui ao Rio também, e lá é muito bonito”, contou, já tirando do centro da questão qualquer crítica que poderia ser direcionada ao Brasil.
Como o papo corria bem, perguntei se ele estava a par de que este Mundial já está sendo conhecido, à boca-pequena (ou não), como a “Copa da Zoeira”. Isso por causa de memes, redes sociais, fatos diferentes que aconteceram nos jogos e supervalorizados pelo público, etc. A palavra em si, Kevin não conhecia, mas entendeu o espírito da coisa depois de uma breve explicação com a boa e velha mistura entre portunhol e o spanglish.
“Gosto muito das brincadeiras e tudo isso. Todos os estrangeiros estão sendo bem-recebidos aqui no Brasil. Não tem guerra, brigas, e, mesmo que as equipes percam, tem festa. Então não importa quem vai ganhar”, respondeu.
Sobre entrar “no espírito brasileiro”, assim como o nosso amigo americano Shawn Neville fez (relembre aqui), o francês até brincou com a rivalidade entre Brasil e Argentina. Mas sabe que o certo é a rixa ficar somente dentro das quatro linhas.
“Encontro muitos brasileiros que me dizem que, entre Brasil e Argentina, tem que escolher o Brasil. Quando tem alguma seleção que joga contra a Argentina, os brasileiros torcem para o outro lado (risos). É divertido, porque é a realidade do futebol, mas depois bebemos todos juntos.