Quem não se lembra de Fabien Barthez? O goleiro da França na Copa do Mundo de 1998 foi um dos grandes responsáveis pelo fim do sonho do pentacampeonato da Seleção Brasileira naquele torneio. Só que, hoje, quem teve o sonho frustrado o próprio ex-jogador do Manchester United.

Aos 43 anos, Barthez é presidente honorário do Luzenac, minúsculo clube que conseguiu um improvável acesso para a segunda divisão do Campeonato Francês na última temporada. Porém, a federação de futebol do país (FFF) não vai deixar a equipe disputar a competição, tudo porque o estádio do Luzenac não tem a capacidade mínima necessária para receber torcedores, de acordo com matéria do jornal inglês Daily Mail.

 

Só que, com a decisão da entidade, o Luzenac agora se recusa a jogar a terceirona novamente, e voltará a competir na último estágio futebolístico da França, que é a sétima divisão, jogada de forma amadora.

O nome do clube vem da cidade que fica no sul do país, quase na divisa com a Espanha e com Andorra. Luzenac tem uma população estimada de apenas 650 pessoas. Um fato interessante é que, agora que apareceu bastante na mídia, a página oficial de Facebook do clube, hoje, tem mais de 1.100 curtidas. Tem uma outra fanpage, não-oficial, com mais de 10.500 curtidas, ou seja, mais de 16 vezes o número de moradores do vilarejo, que fica no departamento de Ariège Pyrenees, cujo mais da metade do território é um parque nacional (Luzenac aparece no destaque do mapa abaixo).

 

Barthez nasceu há apenas 30 km dali, em Lavalanet, e assumiu o cargo no Luzenac em 2012, quando o milionário Jérôme Ducros adquiriu o clube para trazer mais visibilidade à região.

“A recusa em aceitar o Luzenac na segunda divisão coloca um fim no nosso projeto. Não podemos jogar outra divisão com jogadores que mereceram seu lugar na Ligue 2”, disse, tristemente, o ex-goleiro.

Os jogadores que conseguiram a terceira colocação na terceira divisão foram todos liberados e seus contratos foram encerrados. A sétima divisão será jogada com jogadores jovens da equipe de base.

Para Nicholas Dieuze, jogador que defendeu o Toulouse na Ligue 1 por algumas temporadas e esteve na boa campanha de acesso do Luzenac, a forma de se despedir dos colegas de Luzenac não poderia ter sido mais triste.

“Quem poderia imaginar que, depois de cinco meses de conseguir o acesso à Ligue 2, nos despediríamos em um estacionamento? Senti muita”, lamentou Dieuze, em entrevista à AFP, dizendo ainda que “em duas semanas ninguém mais vai se lembrar do Luzenac“.


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Time ‘minúsculo’ do ex-goleiro Barthez consegue acesso, mas é proibido de jogar a segundona