Modesto time da quarta divisão do futebol paulista, o Clube Atlético Taboão da Serra, que fica localizado na região metropolitana da cidade de São Paulo, está muito próximo de juntar dois dos melhores e mais carismáticos jogadores de futebol da década de 90. Edílson Capetinha, de 44 anos, e Viola, de 46, foram consultados e receberam propostas oficiais do time para ajudar a equipe rumo à Série A3 do Paulistão. Em entrevista ao Virgula Esporte, o presidente do CATS, Anderson Nóbrega, confirmou a informação e o desejo em reeditar a dupla que só atuou junta quando convocada pela Seleção Brasileira para a disputa da Copa América de 1993, realizada no Equador e vencida pela Argentina.
“Existe o interesse nos dois sim. Inclusive, já formalizamos as propostas e agora estamos aguardando a resposta de ambos. Montamos um projeto financeiro e de marketing para viabilizar a chegada deles. Apesar de serem ex-atletas, eles estão em forma e são caros, por isso temos que ter cautela na negociação”, disse o dirigente, que se inspirou na iniciativa do Fernandópolis, que disputa o mesmo torneio e contratou Muller, que está com 49 anos.
Última divisão do futebol de São Paulo, a competição que o Taboão da Serra disputa teve seu regulamento alterado para 2015. Com a desistência de times tradicionais como União São João, de Araras, e XV de Jaú, a FPF reduziu o número de equipes no torneio, caindo de 45 para 30. A mudança, porém, não faz com que o campeonato, por si só, seja atraente, segundo Anderson Nóbrega, que aposta nos medalhões para tentar mudar isso.
“Estou na presidência do CATS há dois anos e sei muito bem que a quarta divisão do futebol de São Paulo não é atraente para o público, por isso queremos trazer atletas que agreguem e faça com que a competição seja valorizada”, afirmou o presidente.
Querendo repetir o sucesso de público que o clube teve nas duas últimas edições da Copa São Paulo de Futebol Júnior, Anderson acredita que só a presença das estrelas no time já mudaria muita coisa. “A cidade respira futebol, vemos isso na Copa SP. Temos em todos os jogos de seis a sete mil pessoas, mas é que se trata de uma competição com entrada gratuita. Na quarta divisão é diferente, pois a Federação Paulista exige o pagamento de R$ 10 por ingresso. Queremos usar a chegada desses reforços para atrair o torcedor cada vez mais”, explicou.
O primeiro ato do presidente do CATS para iniciar a mudança foi a contratação de um treinador conhecido. Rogério, ex-lateral do Corinthians e do Palmeiras, foi anunciado no início de fevereiro como o novo comandante do time. O próximo passo, segundo Anderson, é massificar o projeto sócio-torcedor. E a arma do dirigente, mais uma vez, é apostar em jogadores de renome.
“Temos oito meses ativos no ano com o elenco profissional, que são divididos em 30 dias de preparação e sete meses de campeonato. O Taboão tem hoje uma folha salarial de R$ 60 mil, no geral, com todos seus gastos. Ou seja, quase R$ 500 mil por ano. Nós levantamos esse dinheiro com ajuda empresários, parcerias com empresas e até dinheiro da minha família. Por isso, entramos forte no projeto Movimento Por Um Futebol Melhor, que é o usado pelos time profissionais de futebol do Brasil. Tenho alguns amigos no futebol, porque fui jogador em algumas agremiações menores. Conheci o Kaká, o Denílson e o Paulo César e todos eles aceitaram divulgar o Taboão da Serra nas redes sociais”, disse o dirigente, que usa o perfil do clube no Facebook para tentar aumentar a popularidade do plano.
Kaká, em 2014, já pedia o apoio do torcedor para ser sócio do Taboão
Denílson, hoje comentarista esportivo, foi outro que aderiu a iniciativa do CATS
Com três planos diferentes, a preços de R$15, R$20 e R$ 50, o Taboão tenta se adequar a nova fonte de renda dos clubes brasileiros que, segundo Anderson, é uma das únicas saídas das equipes menores desde a criação da Lei Pelé.
“O CATS tem hoje, além do profissional, categorias sub-11, 13, 15 e 17 como base, além da sub-19, que disputa a Copinha, e a Sub-20, que está no Paulistão. Somos um clube formador e sofremos assédios incontáveis das equipes grandes, principalmente do São Paulo. Sem a renda de clube formador, por conta da Lei Pelé, temos que nos virar no trinta, se não iremos fechar”, completou.
A Segunda Divisão, como é conhecida a quarta divisão do futebol paulista (?!), terá início no dia 29 de abril e termina apenas em novembro. Com 30 times divididos em três grupos de dez equipes, o torneio garante aos quatro primeiros colocados o acesso à Série A3, que equivale a terceira divisão estadual. Será que teremos a dupla Capetinha e Viola nos gramados do estádio Vereador José Ferez em 2015?
Veja na lista abaixo quais os clubes que disputarão a última divisão do futebol paulista:
Grupo 1
América
Bandeirante Birigui
Assisense
Noroeste
Fernandópolis
Grêmio Prudente
José Bonifácio
Osvaldo Cruz
Tanabi
Vocem
Grupo 2
Amparo
Internacional de Bebedouro
Barcelona EC
Lemense
Porto Feliz
Elosport
Olé Brasil
Olímpia
São Carlos
Palmeirinha
Grupo 3
Manthiqueira
Portuguesa Santista
Guarulhos
Diadema
Taboão da Serra
EC São Bernardo
Ecus Suzano
Mauaense
Jabaquara
União Suzano