Enquanto o Brasil sofre com violento e prematuro inverno, o mercado do futebol enfrenta temperaturas altíssimas com a abertura da temporada de negociações.

Empréstimos, transferências, cifras milionárias e muitas especulações, fazem parte da indústria que mais movimenta milhões no mundo.

Sei que com a crise que o futebol brasileiro atravessa, fica difícil tirar da cabeça de um atleta o sonho de jogar no exterior, mas seria ótimo tentar mantê-los por aqui.

As vezes penso que se a mentalidade dos nossos dirigentes deixasse de ser tão paternalista, se o nosso governo incentivasse os clubes (isso mesmo, na Itália, na França e em vários outros países, os clubes recebem incentivo do governo), poderíamos melhorar muito o nível dos nossos campeonatos e tornar o nosso mercado um pouco mais atrativo, já que não se sabe da existência de nenhum outro lugar do planeta que se fabrique tantos astros.

Não tenho a pretensão de dizer que o nosso mercado poderia se tornar tão competitivo quanto o europeu, isso seria uma utopia, até por uma questão sócio-econômica (como competiríamos com o euro e o dólar). Mas se os clubes tivessem subsídio de uma outra fonte, procurassem criar em parceria com o governo um programa de incentivo contra pirataria e etc., não precisaríamos ver todos nossos craques se mudando para o velho continente.

No entanto, hoje mais do que nunca, as atenções dos clubes de todo o mundo estão voltadas para o futebol brasileiro. Devido às boas atuações de jogadores como: Kaká, Juninho Pernambucano, Edu, Ronaldinho Gaucho, entre outros, nós que tínhamos perdido espaço para a Argentina, “voltamos a ser a bola da vez”.

Mas não pense que todo esse prestígio facilita muito o trabalho dos empresários brasileiros na hora das negociações.

Uma série de fatores como por exemplo, a distância entre os continentes, faz com que cada vez mais intermediários influenciem nas transações, pois é muito mais fácil para um agente ou empresário que já se encontra na Europa se locomover entre países vizinhos para obter informações sobre as deficiências e necessidades de cada equipe. Até porque já se criou um certo monopólio entre eles.
Como se não bastasse, mesmo com toda a tecnologia disponível atualmente, os clubes brasileiros ainda não desenvolveram uma estratégia de marketing consistente para ajudar na divulgação dos seus times e atletas.

Desta maneira, fica realmente complicado manter nossas principais estrelas em solo nacional, até porque, carreira de jogador não é longa e eles precisam buscar o quanto antes sua estabilidade financeira.

De qualquer modo, ficam registradas aqui algumas sugestões e a minha grande vontade de ver as pessoas que manipulam nosso futebol, e isso incluí dirigentes, clubes, imprensa e até mesmo torcedores, assumindo uma postura mais coerente e profissional.

Quem sabe assim, passaremos a ser o país do futebol também na organização?

NOTAS:

– Pena o Santos não ter acertado com o Antonio Carlos, seria um grande reforço.6
– Parabéns pela postura que Vagner Love assumiu diante de toda essa novela que se tornou sua transferência para o CSKA.
– Assisti somente os três minutos finais da partida entre França e Inglaterra, mas foi o suficiente para ver o show do incrível Zidane.
– Edmundo pode voltar a ser preso.
– Parabéns para Marquinho, mesmo com toda pressão, fez uma boa partida pelo São Paulo no último sábado.
– Mais uma vez venceu a hipocrisia. Kajuru, força meu amigo !

CURIOSIDADES

– Nesse dia, ninguém conseguiu se safar. Em 20 de junho de 1.954, a Portuguesa vencia o Botafogo por 3 x 1, pelo torneio Rio/São Paulo, quando uma cena entrou para a história. Após uma desavença entre o zagueiro Tomé, do Botafogo, e o atacante Ortega, da Lusa, a pancadaria tomou conta do gramado do Pacaembu. Depois de assistir ao triste espetáculo, o árbitro Carlos de Oliveira Monteiro decidiu expulsar todos os jogadores, entre eles Garrincha.
– Protagonista de um dos lances mais tristes do futebol brasileiro, o atacante Bitonha, do Bahia, suicidou-se após o Ba-Vi de 02 de julho de 1.934. Na partida, o jogador agrediu o árbitro Vivaldo Tavares, que havia mandado repetir uma cobrança de pênalti do Vitória. A briga foi feia, e Vivaldo nem voltou ao gramado. Bitonha foi preso e no dia seguinte ao ver sua foto nos jornais, sentiu-se tão envergonhado que tomou cianureto e se matou.
– Uma greve dos transportes em Porto Alegre em 1.953, inspirou a frase inicial do hino “Até a pé nos iremos”, criado por Lupicínio Rodrigues, um dos mais famosos compositores brasileiro.

(Histórias extraídas do livro: “LOUCURAS DO FUTEBOL” Emedê / Panda Books )

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