O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou, após identificar indícios de irregularidades, uma revisão da licitação para as obras de reforma do estádio do Maracanã para transformá-lo em sede da final da Copa do Mundo de 2014.
Em um relatório no qual assinalou possíveis indícios de irregularidades na licitação, o TCU determinou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiará parte das obras, restrinja a liberação dos recursos até que a licitação seja corrigida e as possíveis irregularidades solucionadas.
O custo das obras de remodelação da Maracanã foi calculado em R$ 705 milhões, dos quais R$ 400 milhões serão financiados com um empréstimo já aprovado pelo banco estatal.
O resto dos recursos será fornecido pelo Governo do estado do Rio de Janeiro, proprietário do Maracanã e responsável pela licitação vencida por um consórcio liderado pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierres e Delta.
O TCU pediu ao BNDES que libere apenas 20% dos recursos aprovados e que condicione a entrega do resto do crédito à solução dos problemas identificados.
Segundo os auditores do tribunal, a lista de obras apresentada pelo consórcio parece “uma obra de ficção”.
De acordo com o tribunal, enquanto os consórcios responsáveis pela reforma de outros estádios, como o Mineirão de Belo Horizonte, apresentaram entre 700 e 1.300 plantas com detalhes sobre as intervenções que realizarão, o encarregado pelas obras no Maracanã apresentou apenas 39.
Os auditores alegam que, pelas informações apresentadas pelo consórcio, é impossível saber qual será o custo final da reforma do Maracanã, inaugurado em 1950 para a primeira Copa do Mundo no Brasil.
De acordo com versões divulgadas pela imprensa em janeiro, o consórcio responsável pela reforma da Maracanã, após supostamente ter descoberto uma falha estrutural no estádio, calculava que o custo das obras podia ser até três vezes superior ao inicialmente previsto.
O Maracanã está fechado desde setembro do ano passado para as obras de reforma.