O surfista paranaense Sergio Laus é mais um brasileiro que vai figurar no Guinness, o famoso Livro dos Recordes. Na última sexta-feira, dia 24, ele conseguiu quebrar o recorde de distância de surfe em pororoca, no Rio Araguari, no Amapá, em plena floresta amazônica.

Laus percorreu 10,1 quilômetros surfando sem parar durante 33 minutos e 15 segundos em uma onda de um metro e meio de altura, a uma velocidade de 19 quilômetros por hora. "Só parei de surfar porque a onda acabou. Se não continuava", revela. "Fomos a primeira equipe a chegar na foz do Rio Araguari, na boca do oceano. É um lugar completamente desabitado. Enfrentei muitas dificuldades, mas valeu à pena."

O brasileiro percorreu um quilômetro a mais do que a distância registrada no Guinness. Até agora, o recorde de surfe em pororoca era do inglês David Lawson, que em 1996 percorreu 9,1 quilômetros surfando no Rio Severn, na Inglaterra.

Para Sergio Laus, a quebra do recorde é o reconhecimento a um enorme trabalho de superação de dificuldades, que começou na busca por patrocínio, passando pelas condições completamente adversas do lugar e culminando com o grande esforço que fez sobre a onda. "Nos dez primeiros minutos, fiquei preso na espuma da onda, que a gente chama de empurrão do Huck. Tive que usar técnicas de manobra para conseguir me sustentar em pé na prancha porque a força e a pressão eram muito fortes. Depois disso, senti que poderia bater o recorde. A onda foi crescendo à medida em que ia percorrendo o rio".

Os participantes da expedição "Surfando na Selva-Pororoca Guinness Book" chegaram a Macapá (AP) no dia 20 de junho e foram recepcionados no aeroporto pelo ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, e pelo governador Valdez Gois. De lá, enfrentaram mais três horas de carro, em estrada de terra, até a pequena cidade de Cutias do Araguari, e mais quinze horas de barco navegando no rio Araguari até a região onde ocorrem as pororocas mais temidas e espetaculares do Brasil.

A aventura nas ondas começou na quarta-feira, dia 22. Foram três dias de tentativa. A quebra do recorde só veio na última tentativa do último dia da expedição. Para medir com precisão a distância percorrida por Sergio Laus na onda foi usado o GPS, um aparelho que fornece dados geográficos e de navegação.

A fim de validar o recorde, o superintendente da Ediouro, Luiz Fernando Pedroso, coordenou todas as ações seguindo os parâmetros determinados pelo Guinness. A Ediouro detém a exclusividade de publicação do livro no Brasil. Agora, junto com as informações técnicas, serão enviadas fotos e uma fita de vídeo para que a equipe inglesa responsável pela inclusão de novos recordes possa iniciar o processo de registro. O nome do surfista Sergio Laus já deve estar incluído na edição do próximo ano.

Para Pedroso, o executivo-surfista da Ediouro que aproveitou para também surfar no rio Araguari, "enfrentar as ondas da pororoca é um desafio maior do que negociar a compra de uma editora", referindo-se à aquisição de 50% da Nova Fronteira pela Ediouro. "O entusiasmo demostrado pelo ministro Agnelo Queiroz e pelo governador do Amapá em nossa chegada ao Estado fez crescer em Serginho o compromisso com a quebra do recorde. Eu sou testemunha do grande esforço que ele fez. Ele merece muito", conclui.

A expedição "Surfando na Selva-Pororoca Guinness Book" contou com patrocínio do Governo do Paraná (através da Paraná Esporte). Junto com os aventureiros, estavam o cinegrafista Vinicius Sguarezi e o fotógrafo Carlos Henrique Martim, que registraram todos os momentos do surfe na selva. Antonio Barbosa "Maninho", presidente da Federação Paranaense de Surfe (FPS), e Noélio Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Surfe na Pororoca (Abraspo), também participaram da expedição.


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Surfista brasileiro entra no Guiness Book