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Invenção nacional, o camisa 10 clássico é aquele que pensa o jogo, simplifica o meio-campo, pensa, levanta a cabeça e arma a jogada do gol. É não… era. Ultimamente, não só no futebol brasileiro, mas também no mundial, esse tipo de jogador vem perdendo espaço nos grandes clubes e o que antes era sinônimo do coração do time, hoje é o atacante
referência, ou o meia-atacante.

No Palmeiras, Valdivia é o camisa 10. No Corinthians, o artilheiro Acosta. No São Paulo, o super atacante Adriano. Para o capitão do tricampeonato mundial do Brasil, Carlos Alberto Torres, a escassez de armadores é a explicação. “Hoje em dia são poucos os que possuem habilidade para vestir a 10 como o meia de antigamente. Como esse perfil é escasso, dá-se a camisa para qualquer atacante que resolva, faça gols. "

Dos jogadores que estão na ativa e podem ser considerados como um clássico camisa 10, destacam-se o argentino Riquelme e o brasileiro Alex. Perceba que os dois jogadores já passaram do auge e provavelmente jogarão apenas mais alguns anos antes de se aposentarem. Da nova safra de craques mundiais, atletas como Roger têm dificuldade para se firmar em qualquer equipe.

Com a predominância do físico sobre a técnica, da velocidade e da marcação apertada, os times tiveram que sacrificar o meia organizador por um atacante que também ajude na marcação. Segundo o jornalista esportivo Celso Unzelte, depois da morte do camisa 7 e do 11, agora é o 10 que está em extinção: “Os pontas antigos, aqueles que armavam, movimentavam e driblavam morreram faz um tempo, o camisa 10 armador está morrendo, não há mais espaço para esse estilo de jogo no futebol praticado atualmente”.

Para Carlos Alberto Torres, nem tudo está perdido. "Ainda há jogadores com esse perfil, um Kaká e um Gaúcho têm, mas o problema é que eles vão embora muito cedo e na Europa o futebol é diferente, não tem espaço para esse estilo de jogo. É muito mais tático e fechada a partida lá", disse. "Talvez se eles ficassem mais tempo aqui, virariam um verdadeiro camisa 10.”

O antigo camisa 10 representava mais que uma posição em campo. Era, antes de tudo, um estilo de jogo. Transformava a partida em arte, com lances inesperados, dribles criativos, gols geniais.

Que o futebol perceba que não vale trocar o físico e a marcação pela arte.


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Sumiram os armadores? Camisa 10 hoje é dos atacantes

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