O terceiro lugar do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima na Maratona Olímpica dos Jogos de Atenas rendeu mais projeção nacional e internacional ao atleta do que muitos medalhistas de ouro tiveram com suas conquistas. Após ser agarrado pelo padre irlandês Cornélius Horan no momento em que liderava a prova, Vanderlei se recuperou, voltou ao percurso e ainda assegurou a medalha de bronze.
Para quem não é familiarizado com corridas de longas disstâncias, é difícil compreender o que significa uma intervenção deste porte. Para o queniano John Gwako, tricampeão da Meia Maratona do Rio de Janeiro, o feito de Vanderlei é algo muito difícil de se conseguir.
"É muito difícil recuperar a passada. Mesmo após uma pequena interrupção é extremamente difícil voltar para a prova e retomar seu ritmo, sem perder o controle da situação", explicou o atleta ao <b>Virgula</b>, durante entrevista coletiva concedida em São Paulo, nesta quarta-feira. Na sexta, o queniano disputará a 80ª edição da São Silvestre nas ruas da capital paulista.
O fundista ainda comentou as dimensões que a conquista de Vanderlei tomou no mundo todo. "É claro que ele ficaria famoso, um cara agarrou ele!", disse Gwako, o mais bem-humorado dos atletas quenianos. "Acho que ele entrou para a história tanto quanto alguém que ganha a prova", completou.
Apesar do currículo repleto de títulos, Gwako ainda não conseguiu vencer a tradicional prova paulistana. "Meu sonho é conquistar essa vitória inédita. Fiz uma preparação muito forte para uma prova em novembro e só mantive o ritmo para a São Silvestre. Já consegui bons resultados no Rio de Janeiro, onde a prova tem horário, clima e relevo diferentes, mas espero me dar bem também em São Paulo".