Com a missão de exaltar os feitos históricos do São Paulo no Campeonato Brasileiro, Soberano chega aos cinemas no dia 17 de setembro e usa como espinha dorsal a paixão hereditária e as conquistas suadas do clube.

Diferente da maioria dos longas de outros times, que no geral exibem os feitos dramáticos de suas equipes, Soberano deixa o drama para os torcedores – que, em depoimentos, contam histórias emocionantes de como suas vidas se entrelaçam nas conquistas do São Paulo – e opta por destacar as glórias do time paulista. Se o argumento parece presunçoso, o diretor Carlos Nader fez questão de destacar a dificuldade de criar um filme sem curvas dramáticas, como ele mesmo sugeriu: a narrativa de Soberano sofre para explorar os pontos de virada, especialmente ao se aproximar das últimas três conquistas.

Se no fim do longa o ritmo cai, o começo é eletrizante: o técnico Rubens Minelli junta-se ao então goleiro Waldir Peres para falar sobre o primeiro título do desacreditado São Paulo Futebol Clube contra o franco favorito Atlético Mineiro e homenagear, em depoimento do ex-jogador Muricy Ramalho, Serginho Chulapa, maior goleador da história do clube. O ápice, porém, acontece ao relembrar o segundo título contra o Guarani, considerada pelos torcedores como a mais suada das conquistas tricolores.

Entre imagens dos jogos e o as memórias de quem fez história no clube, os diretores e roteiristas Carlos Nader e Maurício Arruda retratam as histórias dos torcedores que descobriram a paixão pelo São Paulo por meio de seus pais – apesar de, em certo momento, mostrar também que a nova torcida são-paulina está nascendo em casas onde seus pais torcem por times rivais.

A sequência emocionante culmina sob as lembranças do técnico Telê Santana, que arranca lágrimas de um torcedor ao lembrar que até hoje, 14 anos após sua saída do clube e 4 anos após sua morte, ainda tem seu nome gritado pela torcida. No comando de Telê, o ex-meia Raí narra a arrancada vitoriosa do São Paulo, que nos dois anos anteriores tinha chegado perto do tricampeonato, que só conquistou em 1991.

Só então os novos são-paulinos verão rostos conhecidos: o novo ídolo Rogério Ceni conta, ao lado do zagueiro André Dias e do volante Hernanes, o feito inédito da conquista consecutiva de 2006, 2007 e 2008, sob o comando de Muricy Ramalho. Bom momento para relembrar as recentes homenagens ao goleiro que completou 20 anos no clube: uma câmera no vestiário mostra a preleção emocionante do capitão ante o jogo que decidiria o título para o São Paulo – é possível ver Hernanes segurando as lágrimas antes de entrar em campo.

Por fim, os idealizadores do longa deixam claro que Soberano é um presente para o torcedor e que foi feito “de são-paulinos para são-paulinos”, excluindo a hipótese do filme servir como “resposta” para a exclusão do Morumbi para a Copa de 2014. O vice-presidente de marketing do São Paulo, Julio Casares, espera que cada sala de cinema torne-se “um morumbi lotado”, o que seria um combustível para futuros projetos que retratem as conquistas das Libertadores e Mundais, títulos tão valorizados pelo torcedor.


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Soberano exalta paixão são-paulina hereditária para contar história vitoriosa no Brasileirão