Nesta terça-feira (15), Philippe Piat, vice-presidente do Sindicato Mundial dos Jogadores de Futebol (FIFPro) declarou que a entidade irá convocar os seus membros para a realização de um boicote à Copa do Mundo de 2022 no Catar, se ela for realizada no período tradicional das Copas do Mundo, entre junho e julho, no verão árabe.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o candidato único à próxima eleição para presidente da FIFPro foi enfático e declarou com todas as letras que os atletas não irão disputar o mundial no verão do Catar. As temperaturas realmente são extremamente elevadas na região durante essa época do ano, e os termômetros podem ultrapassar a marca de 45 graus.
“Jogar no Catar quando estiver com 45-50 graus centígrados não é algo sério, mesmo que eles instalem ar-condicionado nos estádios. Não é sério, e não somente para os 22 jogadores. Há outras pessoas envolvidas. Nós informamos a Uefa e a Fifa que não jogaríamos no verão.”
Após a oficial postura de revolta dos atletas, a entidade maior do futebol iniciou um processo de consultas para considerar a possibilidade de alterar as datas de disputa do Mundial. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, já pavimentou o caminho para uma Copa do Mundo no Inverno, após ter admitido que não havia ponderado suficientemente o problema do calor quando o torneio foi concedido ao Catar, em dezembro de 2010.
O Catar conquistou o direito de realizar a Copa de 2022 ao derrotar os Estados Unidos, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Durante a entrevista, Piat ainda expressou preocupação com a Copa do Mundo de 2018 também, que acontecerá na Rússia.
“Não há liberdade de expressão e nenhuma organização dos jogadores locais, por isso, não é fácil conversar com as autoridades. Jogar no verão (russo) também é uma preocupação, mas não podemos de fato reclamar disso. Mas com o Catar, alcançamos outro nível (de calor).”