Os protestos realizados no Zimbábue após o anúncio de que a seleção da Coreia do Norte escolheu a cidade de Bulawayo como local de sua concentração levou as autoridades do país a pôr em prática um “plano B”.

Grupos da oposição e defensores dos direitos humanos nas províncias do sudoeste do Zimbábue lembraram durante manifestações que soldados norte-coreanos assassinaram cerca de 20 mil pessoas durante a repressão contra insurgentes capitaneada pelo presidente, Robert Mugabe, na década de 1980.

Com isso, segundo o governo local, a Coreia do Norte deverá treinar no estádio Rufaro, que fica na capital Harare. Em entrevista à “SW Radio Africa”, o ministro do Turismo, Walter Mzembi, disse que o local tem “gramado mais apropriado”.

Os descendentes das vítimas das tropas norte-coreanas ameaçaram provocar uma série de tumultos caso a seleção asiática se concentrasse na província de Matabeleland, no sul do país, onde houve os massacres.

O ministro dos Esportes, David Coltart, disse hoje à Agência Efe que por enquanto não é garantido que os norte-coreanos farão no Zimbábue sua reta final de preparação para a Copa, e acrescentou que essas informações seriam “puras especulações”.

Além da Coreia do Norte, o governo do Zimbábue tentou atrair outras seleções para treinar no país, como Austrália, México e Estados Unidos, mas nenhuma delas aceitou o convite.

O fato de o governo norte-coreano ter escolhido o Zimbábue, segundo informações da imprensa do país africano, se deve à crença de que os jogadores asiáticos teriam mais dificuldade para desertar.


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Seleção norte-coreana é "rejeitada" no Zimbábue e mudará de concentração