Desafio”. Foi com essa palavra que o holandês Clarence Seedorf, que anunciou nesta terça-feira (14) sua aposentadoria como jogador para assumir a função de técnico do Milan, definiu sua passagem de um ano e meio pelo futebol brasileiro, defendendo o Botafogo.

“Aprendi com os atrasos de pagamento, por exemplo, que a gente espera que melhore, para melhorar a vida dos jogadores. Tentei influenciar onde eu achava que podia, coisas como a sequência de jogos que tem aqui no Brasil, que a gente espera que vá melhorar. Por outro lado, fiquei impressionado com a capacidade de recuperação, a força mental dos jogadores daqui”, argumentou.

“Eu queria deixar um legado importante, mas ninguém faz nada sozinho. Acho que o Botafogo me ajudou a transmitir coisas importantes”, completou o agora ex-jogador.

Sobre o futuro do clube carioca, Seedorf previu ainda mais sucesso, lembrando que, já na última temporada, o Botafogo acabou indo mais longe do que se esperava, conseguindo uma vaga na Taça Libertadores depois de 17 anos.

“O Botafogo tem um time e um grupo de jogadores para fazer algo importante, tem que acreditar na sua força. Tinham pelo menos seis times com condições de ficar na nossa frente, então o que fizemos foi muito bom”, afirmou.

Seedorf aproveitou a despedida para deixar uma mensagem para o movimento Bom Senso F.C. – grupo de jogadores que atuam no futebol brasileiro e que vêm reinvidicando mudanças no calendário e na relação trabalhista com os clubes.

“O Bom Senso sempre pode contar com meu apoio, porque eu acho que é uma iniciativa fundamental. Os jogadores são os principais atores e têm seus direitos. Eles são os primeiros a querer um futebol melhor”, garantiu o holandês.

“Acho que o Brasil tem um potencial que precisa ser aproveitado, e o Bom Senso é um consenso. Acho que aqui deveria ter o melhor campeonato do mundo, e acho que o Bom Senso quer mostrar isso”, completou.

Dois anos, no mínimo

O holandês assinará contrato como técnico do Milan por dois anos e meio, revelou nesta sua agente , Deborah Martin, em entrevista coletiva concedida no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro.

Com isso, o novo comandante rossonero ficará no cargo até meados de 2016. Seedorf revelou que a proposta do clube italiano foi oficializada ontem, e que sua excelente relação com os dirigentes do Milan impediram a recusa.

Seedorf não confirmou a data de viagem para a Itália, mas garantiu que pretende viajar no máximo até amanhã. Bem-humorado, o holandês ainda brincou com um jornalista sobre a diferença da temperatura entre os dois países, ao ouvir que o profissional permaneceria no país, não titubeou: “sorte sua”.

Evitando falar de Milan, o novo técnico do clube comentou o fato de reencontrar nove ex-companheiros, entre eles Kaká. Os outros são El Shaarawy, Nocerino, Bonera, Emanuelson, Abate, Amelia, De Sciglio e Abbiati.

“É o ciclo do futebol, é o ciclo da vida. quase todos os técnicos viveram esse momento. Com certeza não vai ter problema, pelo contrário”, disse o holandês.


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Seedorf exalta 'desafio' de atuar no Brasil e torce por sucesso alvinegro

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