O presidente do Senado, José Sarney, e a Comissão Especial da Lei Geral da Copa do Mundo e da Copa das Confederações repudiaram nessa segunda-feira (5) as críticas do secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, à organização dos torneios.
“Foi uma intromissão grosseira e inaceitável”, afirmou Sarney sobre as declarações de Valcke, que na última sexta-feira criticou a demora nas obras e disse que os organizadores precisavam de um “pontapé no traseiro”.
O Governo Federal reagiu através do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que considerou as declarações de Valcke “impróprias”, “ofensivas” e “inaceitáveis”, além de anunciar que já não o reconhece como “interlocutor”.
Valcke também fez críticas à demora do Congresso Nacional em aprovar a lei que regerá os assuntos relativos à organização da Copa, inclusive aspectos comerciais como a venda de cerveja nos estádios.
O deputado Renan Filho (PMDB-AL), presidente da comissão que discute o assunto na Câmara, considerou “inadmissível” que o secretário-geral da Fifa “use expressões tão pouco elegantes e vulgares” para se referir a um país e a seus dirigentes.
“Ele se dirigiu ao Brasil de forma insultante, descuidada e nada apropriada”, disse o parlamentar.
As declarações de Valcke repercutiram inclusive durante a visita que a presidente Dilma Rousseff iniciou nesta segunda-feira à Alemanha.
A governante foi questionada por jornalistas locais sobre a polêmica, mas preferiu não responder. Quem falou a respeito foi seu assessor para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, que chamou Valcke de “vagabundo” e “boquirroto”.
García declarou que o Brasil está preparando a Copa de forma correta e “da sua maneira”, o que significa que não segue “o ritmo europeu, nem o alemão”, mas o próprio.