O clima entre o técnico José Mourinho e os jogadores do Real Madrid nunca foi dos melhores nos vestiários do Santiago Bernabéu. Demitido no ano passado do time espanhol, o treinador português sempre reclamava em público de algumas atitudes de determinados jogador, o que acabou culminando na sua saída. Quase um ano após o ocorrido, o jornal inglês The Times revela nesta segunda-feira (07) algumas partes do novo livro do atual comandante do Chelsea, escrito por Diego Torres, que teria chamado seus ex-comandados de traidores.
“Vocês são uns traidores. Pedi para vocês nada sobre nossa escalação, mas vocês me traíram. Mostraram que não estão do meu lados. Vocês são uns filhos da p…”, teria esbravejado o português após um empate contra o Barcelona, no Santiago Bernabéu, que evitou que o Real Madrid seguisse na luta pelo título espanhol, como reproduz a publicação inglesa, tirando trechos do livro The Special One – The Dark Side of Jose Mourinho (O Escolhido – O Lado Obscuro de Jose Mourinho).
Segundo a publicação inglesa, Mourinho controlava todas as informações do vestiário do clube e fez com que sua equipe procurasse microfones ocultos no hotel Sheraton Mirasierra. Além disso, o treinador usava as mesmas pessoas para analisar os meios de comunicação e chegou a pedir para alguns funcionários do Real Madrid os registros telefônicos dos jogadores e empregados do clube, com o objetivo de saber que vazava as informações passadas por ele.
Ainda de acordo com o The Times, Mourinho tinha apenas um homem de confiança do elenco do Real Madrid. “O único amigo que tenho neste vestiário é Granero e mesmo assim não estou seguro se posso confiar nele. Esta é a equipe mais traiçoeira que tive em minha vida. Nada mais são que uns filhos da p…”, teria esbravejado o português ao presidente Florentino Pérez, para informa-lo do corrido.
Além das críticas diretas de Mourinho aos jogadores do Real Madrid, o jornal inglês ainda destacou um discurso do treinador após a final da Copa do Rei, conquistada pelo time dirigido na época pelo Português. Para dar um ânimo maior a seus jogadores, o treinador resolveu provoca-los.
“Eu disse aos jogadores que eles não tinham nada em comum com os atletas do Barcelona. Lhe disse que havia morado em Barceolna durante muitos anos e era muito consciente da cultura local e da educação que as crianças catalãs recebem. Expliquei pessoas como Puyol, Busquets, Xavi e Piqué eram ensinados desde sua infância a ficar longe de espanhóis como Casillas, Ramos e Arbeloa”, diz o texto, como uma suposta declaração de Mourinho para seu novo livro. “Insisti em dizer que os jogadores estavam equivocados ao pensar que haviam feito amizade com os jogadores do Barcelona por conta dos anos de convivência na seleção (espanhola)”, concluiu a publicação.
