Com a vantagem de ter vencido o jogo de ida por 5 a 0 no Morumbi, o São Paulo se deu ao luxo de perder por 4 a 3 para o Bolívar em La Paz nesta quarta-feira depois de ter aberto 3 a 0 e mesmo assim se classificou para a fase de grupos da Taça Libertadores.
Luis Fabiano, Jadson e Osvaldo, com um gol cada, colocaram o Tricolor na frente no primeiro tempo no estádio Hernando Siles. Ainda antes do intervalo, Ferreira diminuiu. Depois do intervalo, o próprio Ferreira e Cabrera, que marcou duas vezes, viraram o placar. Contudo, faltaram cinco
gols para que os donos da casa se classificassem.
Com a vaga, o tricampeão da América se colocou no grupo 3, juntamente com Atlético-MG, Arsenal de Sarandí e The Strongest. A estreia acontecerá no próximo dia 13, contra os mineiros, em Belo Horizonte.
Ney Franco promoveu apenas uma mudança em relação ao time que goleou no Morumbi. Paulo Miranda retornou à lateral direita e, com isso, Douglas foi deslocado para o meio-campo, enquanto Aloísio ficou no banco de reservas.
Para o Bolívar, não foi suficiente a presença do atacante Juan Carlos Arce, que conhece o São Paulo desde os tempos em que defendeu Portuguesa, Corinthians e Sport. Atualmente, ele costuma formar a dupla de ataque da seleção boliviana com Marcelo Moreno, do Grêmio.
Toda a cautela pregada por alguns membros da delegação são-paulina em La Paz foi morro abaixo com dois minutos de jogo. Luis Fabiano chutou com perigo e ganhou escanteio. Na cobrança, Jadson colocou na cabeça do próprio camisa 9, que não vacilou e fez 1 a 0. A essa altura, os donos da casa precisavam vencer por 7 a 1.
Um minuto depois, o Bolívar esteve perto do empate. Ferreira saiu cara a cara com Rogério Ceni na direita da área, mas parou na boa intervenção do goleiro.
Se ainda não era, a partida passou a ser um treino de luxo para o São Paulo, e o segundo gol saiu naturalmente. Após cobrança de falta, Osvaldo mandou para a área, a zaga não conseguiu afastar e Jadson cortou para dentro antes de tocar de pé esquerdo no canto, aos 15 minutos.
Quatro minutos depois, Osvaldo apostou corrida na ponta e tocou de calcanhar para Douglas, que apareceria em boas condições de finalizar. Entretanto, Cabrera se antecipou e fez o corte.
O Tricolor tinha o jogo sob controle, e só o acaso poderia ajudar os donos da casa. Isso não aconteceu por pouco aos 29 minutos, quando Álvarez bateu cruzado da esquerda com efeito e acertou a trave.
A resposta não demorou a sair, e foi dada em dose dupla, em duas tentativas de Osvaldo. Aos 31, ele recebeu de Douglas e chutou por cima; aos 34, após triangulação com Jadson e Luis Fabiano, o camisa 17 concluiu da entrada da área e marcou o terceiro.
Relaxada, a zaga tricolor permitiu que Ferreira diminuísse a diferença aos 37. O atacante disparou pela direita, foi acionado por Lizio e chutou cruzado de primeira. Era o começo da “reação”.
O segundo dos bolivianos poderia ter acontecido ainda antes do intervalo. Nos acréscimos, aos 46, Lizio roubou a bola no campo de ataque e serviu Arce, que finalizou tirando tinta do travessão.
Uma possível conversa de Ney Franco com os jogadores não foi suficiente, já que o São Paulo continuou lento após o intervalo, e levou um susto logo aos seis minutos. Cardozo, que entrara pouco antes, desceu pela esquerda e soltou a bomba. Rogério Ceni espalmou e Rhodolfo completou afastando.
Mais interessado, o time anfitrião marcou o segundo aos 13 minutos. Yecerotte levantou da direita e, sozinho no segundo pau, Cabrera cabeceou para a rede.
O empate veio aos 24, em mais um gol do zagueiro artilheiro. Lizio fez o cruzamento e Cabrera apareceu entre os defensores da equipe visitante para deixar o segundo dele.
E o que parecia pouco provável aconteceu cinco minutos depois. Rhodolfo cortou o levantamento com a mão dentro da área e cometeu pênalti. Ferreira bateu e virou o placar, contando ainda com um leve toque na trave esquerda.
Aos 33, uma jogada bizarra. Yecerotte tocou para Ferreira e apareceu para receber na frente, mas chutou em cima do próprio companheiro.
O jogo esfriou, e o Bolívar passou a trocar passes, para a alegria dos torcedores. Apesar da eliminação, muitos foram os gritos de “olé”. O São Paulo ainda apareceu bem no ataque mais uma vez, aos 41, quando Douglas foi lançado por Cañete. O ala, porém, bateu em cima do marcador.
Ficha técnica:
Bolívar: Argüello; Eguino, Valverde (Yecerotte), Cabrera e Álvarez; Miranda (Rudy Cardozo), Flores e Justiniano; Lizio, Arce (Maygua) e William Ferreira. Técnico: Miguel Ángel Portugal.
São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Casemiro), Denílson, Douglas e Jadson; Osvaldo (Cañete) e Luís Fabiano (Aloísio). Técnico: Ney Franco.
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia), auxiliado por seus compatriotas Humberto Clavijo e Eduardo Diaz.
Cartões amarelos: Lizio e Cabrera (Bolívar); Wellington e Rhodolfo (São Paulo).
Gols: Ferreira (2x) e Cabrera (2x) (Bolívar); Luis Fabiano, Jadson e Osvaldo (São Paulo).
Estádio: Hernando Siles, em La Paz (Bolívia).