Assim que a CBF oficializou a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa como títulos nacionais, em dezembro do ano passado, alguns clubes se animaram e, para comemorar, lançaram produtos oficiais ostentando as conquistas.
O Santos foi um deles e colocou à venda uma camisa comemorativa aos oito títulos nacionais. Porém, os idealizadores da homenagem acabaram cometendo um deslize ortográfico.
Estampado na frente da peça de roupa, em letras garrafais, aparece um “OCTA”, seguido de oito estrelas e “Campeão Brasileiro” logo abaixo.
Acontece que quando se quer fazer referência a oito conquistas de algum clube ou atleta, o correto seria dizer octocampeão, e não octa. Também detentor de oito conquistas, o Palmeiras fez a mesma homenagem, porém, acertou na concordância da palavra e estampou “octocampeão” em sua camisa.
“A forma octocampeão, como o Palmeiras grafou, está gramaticalmente correta. O radical grego é octo-. Só se emprega a forma octa- se a palavra seguinte começar com a vogal a. Campeão, no entanto, começa com c, portanto, octocampeão”, explica o professor e doutor em linguística da USP Gabriel Antunes de Araujo.
Apesar de estar errada a palavra, segundo a língua portuguesa, o gerente de marketing do Santos, Armênio Neto, não acredita que a troca de octo por octa seja um equívoco.
“O torcedor grita octocampeão ou octacampeão nas arquibancadas? O torcedor grita octa, por isso não vejo isso como um erro. O idioma é uma coisa viva e não uma coisa morta, ele passa por alterações. Há um tempo não existia o verbo deletar e hoje existe, e não foi nenhum professor que criou isso”, afirmou Neto.
Sem números de quantos artigos foram vendidos exatamente, o dirigente acredita que em breve as camisas serão esgotadas. Só nos dois primeiros dias, foram 800 peças comercializadas sendo que ao todo foram produzidas quatro mil.
“Quando criamos a camisa pensamos em uma forma de se comunicar com os santistas, e a camisa tem vendido bastante. Se octa fosse um erro, o torcedor do Santos não compraria tanto”, completou.
