O clima para a partida desta sexta-feira (15) entre Sada/Cruzeiro e Vôlei Futuro pela semifinal da Superliga masculina de Vôlei promete ser quente. Os dois clubes andam trocando farpas ainda por conta das manifestações homofóbicas ocorridas no primeiro jogo da série contra o central Michael.

Hoje foi a vez do Cruzeiro, em nota oficial, criticar a forma como o seu oponente vem se comportando em relação ao caso e classifica a equipe de Araraquara como “oportunista”. 

A polêmica começou quando dirigentes do Vôlei Futuro acusaram a torcida mineira de homofobia no primeiro jogo das semifinais. Na segunda partida, ocorrida em Araraquara, o clube paulista fez várias ações contra o preconceito, incluindo bandeirões e camisas especiais. 

Veja a íntegra da nota oficial do Sada/Cruzeiro:

O Sada Cruzeiro recorrerá da multa aplicada pelo STJD, no julgamento realizado nessa quarta-feira, dia 13. O clube lamenta o tom e o conteúdo da nota divulgada pelo Vôlei Futuro, que não contribui em nada para o terceiro jogo das semifinais.

A tese defendida nos últimos dias pela diretoria do time paulista é oportunista, com a nítida intenção de tentar ganhar a disputa no ‘tapetão’, circunstância que ofenderia o esporte. Em cinco anos disputando a Superliga, é a primeira vez que o Sada Cruzeiro é julgado pelo STJD, e mesmo assim por atos da torcida, levada ao entusiasmo em um jogo de alto nível técnico.

As reclamações da direção do Vôlei Futuro sobre a decisão do STJD, disparando contra a instituição e alguns órgãos de imprensa que tentam ampliar as discussões sobre o ocorrido, mostram que o real interesse dos dirigentes paulistas era evitar que o terceiro jogo fosse realizado em Contagem ou fazer com que o Sada Cruzeiro perdesse os pontos.

A discussão precisa ser analisada com foco mais amplo. Queremos uma torcida amordaçada? Que o seja, mas em todas as quadras e estádios do país, não apenas com o Sada Cruzeiro. Perderá o esporte, perderão todos.

O vôlei é um esporte que se popularizou, prova disso são os ginásios lotados, que recebem todo tipo de público. Cabe aos clubes, dirigentes, federações, promover discussões e acolher propostas sobre o enriquecimento do espetáculo diante desta realidade.

Mais uma vez, reiteramos que a equipe Sada Cruzeiro abomina qualquer tipo de atitude desrespeitosa.

A torcida se expressa, nem sempre da maneira desejável, mas movida pelos costumes da sociedade em que vive. Apenas em um clima asséptico poderá se organizar um encontro de semifinal como sonha e pretende o Vôlei Futuro, que certamente não é exemplo de santidade, com um histórico de reclamações e confusões em sua quadra.

O problema em relação à torcida não é só do Sada Cruzeiro, mas de todos os times competitivos deste país. Nossos atletas, em alguns jogos da Superliga, já foram recebidos com manifestações de hostilidade.

Esperávamos que o Vôlei Futuro enxergasse com a mesma grandeza este momento e parasse de tumultuar o ambiente com provocações.

No primeiro jogo das semifinais em Contagem nenhuma ocorrência foi registrada, antes, durante e depois do jogo. Nenhuma hostilidade foi presenciada na chegada e na saída dos times. Após o jogo, em um clima de confraternização normal para as partidas de voleibol, os atletas do Vôlei Futuro distribuíram autógrafos, posaram para fotos, atendendo os torcedores cruzeirenses.

O clima de animosidade partiu dos dirigentes do Vôlei Futuro, que distorceram e amplificaram os atos de parte da torcida, que pretendia desestabilizar o adversário, atitude que em maior ou menor grau acontece em vários ginásios de todo o país.

Os profissionais do Sada Cruzeiro, junto com a CBV, Federação Mineira de Vôlei, Polícia Militar, Guarda Municipal e Prefeitura de Contagem, trabalham para que a realização do terceiro confronto da semifinal nesta sexta-feira ocorra dentro da normalidade. Os atletas não merecem menos que isso e o público também.


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Sada/Cruzeiro classifica Vôlei Futuro como "oportunista" por atitude no caso Michael

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