Pela terceira vez na história da competição, Atlético Mineiro e São Paulo abriram chave da Taça Libertadores, e se antes foram dois empates, nesta quarta-feira havia um certo Ronaldinho para desequilibrar e garantir a vitória do Galo, por 2 a 1, no Estádio Independência.
O craque pentacampeão mundial com a seleção brasileira em 2002 nem precisou marcar. Foram de Ronaldinho as duas assistências, no primeiro tempo para o gol de Jô, e no segundo para o de Réver. Nos últimos minutos da etapa complementar, Aloísio descontou.
Coincidentemente, assim como neste ano, Atlético e São Paulo também integraram o grupo 3 da Libertadores, em 1972 e 1978. Nos dois anos, a dupla abriu a chave, também jogando em Belo Horizonte. No primeiro ano, empate em 2 a 2, e no segundo nova igualdade, desta vez em 1 a 1.
Com o resultado, o time de Minas Gerais larga na frente no grupo 3 da Libertadores, com três pontos. Amanhã, a chave terá sequência com o duelo entre Strongest, da Bolívia, e Arsenal de Sarandí, da Argentina, que estrearão na competição.
Além disso, a vitória valeu para manter a invencibilidade do Atlético no Independência, desde a conclusão da reforma do estádio em em abril de 2012. Na 24ª partida da equipe no local, esta foi a 17 vitória. Além disso, a equipe empatou sete vezes na casa que pertence ao rival América.
Nas escalações, as duas equipes apresentavam novidades no setor ofensivo. No Atlético Mineiro, o recém-contratado Diego Tardelli atuaria, formando quarteto com Ronaldinho Gaúcho, Bernard e Jô. No São Paulo, o destaque era a escalação do lateral direito Douglas, como ponta, em função semelhante a realizada por Lucas, até o ano passado.
Quando a bola rolou, o duelo apresentou a característica fundamental de um grande clássico: a fome pela posse de bola. Nos primeiros lances, até chegaram a acontecer algumas entradas duras. Aos 6 minutos, surgiu outro ingrediente típico de um jogão: a emoção. Ronaldinho cobrou falta dentro da área, Jô deu leve toque de cabeça e quase abre o placar, parando na defesa de Rogério Ceni.
Mais seis minutos e outros dois temperos apareceram juntos: o craque e a explosão da torcida. Malandro, Ronaldinho Gaúcho esperou por cobrança de lateral na linha de fundo, longe da marcação da zaga do São Paulo. Marcos Rocha cobrou rápido, o meia da seleção brasileira recebeu, se livrou da marcação e cruzou para área, onde Jô chegou mais rápido que Lúcio e abriu o placar para o Galo.
A velocidade atleticana, infernizava a vida do time paulista. Aos 17, Bernard ficou perto e marcar, cabeceando para fora, em bola cruzada por Marcos Rocha. Se passaram 10 minutos, e aí um mais um elemento importante em um jogão apareceu, um grande goleiro: Rogério Ceni fez bela defesa em chute de Bernard, no rebote, Diego Tardelli também teve chance, mas finalizou para fora.
Marcando muito forte, o Atlético pouco deu chance para o São Paulo criar jogadas, com isso, as principais armas ofensivas da equipe paulista, Jadson, Osvaldo e Luís Fabiano, pouco apareceram. A pouca efetividade fez o Tricolor chegar ao fim da etapa inicial sem conseguir ameaçar o adversário.
Na etapa complementar, o time de Ney Franco voltou com a mesma formação, mas com uma postura mais agressiva. Tanto que dominou territorialmente a partida, e até chance de gol logo aos 4 minutos, com Jadson, que recebeu na área e chutou por cima da trave defendida por Victor.
Vendo sua equipe com maior espaço, o treinador são-paulino resolveu fazer uma alteração aos 12 minutos, colocando Aloísio no lugar de Paulo Miranda. Com a mexida, Douglas voltou a ocupar a lateral direita.
Aos 21, uma importante peça de um bom clássico, que passara desapercebida, resolveu surgiu: o goleador. Após receber enfiada na medida, Luís Fabiano invadiu a área e fuzilou Victor. O atleticano, no entanto, mostrou que havia um grande goleiro do outro lado e fez bela defesa.
Logo depois, uma substituição ocorreu em cada equipe. Luan entrou no lugar de Diego Tardelli, que saiu exausto. No São Paulo, entrou Paulo Henrique Ganso, com a missão de criar ainda mais, no lugar de Jadson. Aos 25, após grande jogada de Douglas e Luís Fabiano, a bola sobrou para Aloísio, que bateu firme, mas também parou em Victor.
Como no futebol, a máxima diz que “quem não faz leva”, quem balançou as redes foi o Atlético. De novo, com participação fundamental de Ronaldinho, que dominou na direita, passou por Wellington e cruzou na medida, na cabeça de Réver, que como se fosse um bom centroavante, só tocou na bola para estufar as redes.
Perdendo por dois gols, Ney Franco decidiu ir com tudo para cima do Atlético. Aos 31, o técnico fez sua terceira alteração, colocando o meia Maicon no lugar do volante Wellington.
A estratégia mostrou resultado sete minutos depois da mexida, quando Luís Fabiano saiu da área e serviu Aloísio com categoria. O atacante invadiu a área e bateu cruzado, sem dar chances para Victor defender.
O gol fez Cuca se precaver, colocando o ex-são-paulino Richarlyson aos 43 minutos de jogo, no lugar de Bernard. Logo depois, o treinador completou a família Barbosa Felisbino, colocando Alecsandro em campo, no lugar de Jô.
No último minuto do duelo, o contestado Ganso teve uma chance de ouro de empatar a partida. Depois de bate-rebate na área do Atlético, o meia emendou de primeira, mas não acertou o gol, finalizando à direita do gol de Victor.
Ficha técnica:
Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Junior César; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho e Bernard (Richarlyson); Diego Tardelli (Luan) e Jô (Alecsandro).
Treinador: Cuca.
São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda (Aloísio), Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Maicon), Denilson e Jadson (Paulo Henrique Ganso); Douglas, Luis Fabiano e Osvaldo Treinador: Ney Franco.
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Altemir Hausmann e Fabricio Vilarinho.
Gols: Jô e Réver (Atlético Mineiro); Aloísio (São Paulo).
Cartões amarelos: Marcos Rocha e Luan (Atlético Mineiro); Lúcio (São Paulo).
Estádio: Independência, em Belo Horizonte.