O deputado e ex-jogador Romário classificou na sexta-feira de “mal educado” o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, quem disse que o Brasil precisa de “um pontapé no traseiro” para acelerar as obras necessárias para a Copa do Mundo de 2014.
“Considero que essa expressão foi, pelo menos, mal educada”, mas Valcke “tem 100% de razão quando diz que o Brasil está atrasado”, escreveu Romário em sua conta na rede social Twitter.
Em declarações divulgadas na sexta-feira em Londres, Valcke criticou a demora nas obras de estádios e infraestruturas e do Congresso Nacional em aprovar a Lei Geral da Copa, que regulará o mundial.
Conforme o dirigente da Fifa, o texto legal deveria ter sido aprovado em 2007, mas ainda está em discussão no Congresso, o que se soma ao fato de o Brasil não ter completado até agora com os compromissos assumidos em termos de infraestrutura.
“Não há hotéis suficientes” e das 12 cidades escolhidas como subsedes “somente o Rio de Janeiro e São Paulo” contam com a capacidade necessária para abrigar os turistas esperados para o mundial, afirmou Valcke.
Romário, quem integra a comissão parlamentar que discute a lei que regulará a Copa do Mundo, assinalou que a declaração de Valcke no sentido que os parlamentares “devem trabalhar”, não vale em particular para ele, mas “para muitas pessoas” no Congresso.
O ex-jogador, no entanto, reiterou sua rejeição a várias das exigências da Fifa que causam polêmica, como a venda de cerveja nos estádios, comércio proibido no Brasil por lei.
“Volto a afirmar que a Fifa não pode estar acima da soberania do Brasil, pelo qual seguirei lutando no Congresso”, apontou Romário.
Como apurou a Agência Efe, as declarações de Valcke foram muito mal recebidas pelo Governo brasileiro, que deverá responder através do ministro de Esporte, Aldo Rebelo, quem deverá se pronunciar neste sábado a respeito.