<p>A 25ª rodada, na melhor das hipóteses, foi dura para os quatro times cariocas da Série A. Até a manhã de domingo, Flamengo e Botafogo ainda se arvoravam a disputar o título. Agora, por mais que os atletas digam o contrário, uma vaga na Libertadores já está de bom tamanho. Mas a maior chance de felicidade para os torcedores desses clubes está mesmo na possibilidade, cada vez maior, de Fluminense e Vasco caírem para a Série B do ano que vem. No ano passado, em comparação, dois cariocas classificaram-se para a Libertadores, nenhum caiu e ainda viram o Corinthians, um dos totens do futebol paulista, ser rebaixado.</p>
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<p>É emblemático que tenham chegado a esse ponto logo na primeira vez, em todo o torneio, que os quatro foram derrotados na mesma rodada. No mesmo dia, cada um de um jeito. O Vasco viu uma quase repetição da rodada passada: perdeu em casa e terminou a partida com um atacante improvisado como goleiro. A diferença é que, dessa vez, foi Leandro Amaral para o gol. E desta vez a derrota não foi para o Cruzeiro, um dos postulantes ao título. Foi para o Náutico, adversário direto na briga para fugir do rebaixamento. Se cair, será o fim complicado para um ano em que o time não chegou a ser candidato sério a título nenhum, mas viveu a euforia da substituição de Eurico Miranda por Roberto Dinamite na presidência.</p>
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<p>A derrota do Botafogo, por sua vez, foi cruel porque interrompeu uma seqüência de 13 partidas invictas, 11 delas no Brasileirão, e ainda por cima impediu que o time encostasse no líder Grêmio. Ainda por cima emprestou vida nova a um adversário que, após iniciar o campeonato como favorito, agora pairava quase etéreo no limbo dos figurantes, longe tanto do rebaixamento quanto da Libertadores. Mas esse não é o pior. É a aparente confirmação de um destino, em 2008, de chegar perto do triunfo só para vê-lo escapar, como já foi no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil.</p>
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<p>O problema do Fluminense é outro, parecido com o do Vasco. Também perdeu para um concorrente direto na briga contra o rebaixamento e não dá mostras de que vai reagir. Certo, pelo menos não foi em casa, mas há o agravante da Libertadores. O time esteve perto, muito perto, de conquistar uma glória histórica, mas a entregou, no Maracanã, para a LDU, time para o qual a qualificação "mediano" é boa vontade. E, quando isso aconteceu, esqueceu de voltar ao Campeonato Brasileiro, em que, até então, segundo o técnico Renato Gaúcho, estava só "brincando". E aí será que o melhor jeito de superar o trauma e injetar ânimo vencedor era mesmo trocar o treinador por Cuca, que, independente de sua competência, tem o retrospecto recente que tem?</p>
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<p>O Flamengo, a princípio, não estaria tão mal. Afinal de contas, é o único carioca com títulos em 2008 (venceu o Campeonato Carioca) e perdeu no domingo, fora de casa, para o atual campeão brasileiro. Mas e a promessa? Não foi a primeira do Flamengo na temporada. Prometeu uma bela Libertadores e foi eliminado em uma das maiores tragédias da história do time. Passou nove rodadas na liderança para em seguida despencar até o meio da tabela com a simples saída de Marcinho, artilheiro do time na temporada. Mas depois engatou bons resultados e vinha em ascensão contra um São Paulo combalido. A presença da torcida rubro-negra, quase igual à dos são-paulinos, denunciava o estado de espírito de cada time.</p>
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<p>Foi então que, apesar do fraco nível técnico da partida, o São Paulo recorreu à fibra de campeão, jogou como tal, ganhou todas as divididas, segurou bem a defesa, enquanto o Flamengo, apático, assistiu e ainda por cima queimou a estréia de sua mais recente esperança de homem-gol, Josiel, que ficou isolado recebendo bicões do tipo "te vira aí" disfarçados de lançamento, errou uma tentativa de drible e saiu debaixo de vaias, rara manifestação no segundo tempo de uma torcida contagiada pela inércia que via em campo. Assim, o rubro-negro deu a vez, entre os quatro melhores, para um São Paulo que parecia pronto para conformar-se em disputar a Sul-americana e reencontrar-se com a Copa do Brasil.</p>
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