Estão cada vez mais freqüentes as manifestações de racismo da torcida européia contra jogadores de futebol negros e mulatos. No último domingo, o brasileiro Roberto Carlos foi a bola da vez.
"Eu pedi ao quarto árbitro da partida para solicitar no sistema de som do estádio que os torcedores parassem de imitar sons de macacos quando alguns jogadores pegavam na bola", escreveu o árbitro do clássico entre Real Madrid e Atletico de Madrid, Alfonso Perez Burrull. "Como resultado, o barulho ficou ainda mais alto", constatou.
Esta é a primeira vez que os atos racistas foram mencionados em uma súmula de partida. Com este amparo, a RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol), pôde anunciar nesta segunda-feira que irá investigar os incidentes ocorridos no evento. No jogo, vencido por 3 a 0 pelos Galáticos, o brasileiro Roberto Carlos foi a principal vítima escolhida pelos torcedores.
A mais recente "onda racista" em estádios europeus começou com declarações do técnico da seleção espanhola, que, para incentivar seus jogadores, disse que eles poderiam jogar melhor do que "aquele negro de merda". O negro em questão era ninguém menos do que o francês Thierry Henry, um dos três maiores jogadores de futebol do planeta em 2004, segundo a Fifa.
Na mesma pista do racismo, o aumento do sentimento xenófobo, da simpatia por idéias fascistas e do conseqüente fortalecimento dos líderes de extrema direita constituem o leque de preocupações do Estado na Europa.