As obras de ampliação e melhorias dos aeroportos das 12 cidades brasileiras que serão sedes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil não serão concluídas a tempo, segundo admite um relatório divulgado nesta quinta-feira um órgão do Governo.
“A situação é preocupante”, indica o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que analisa a situação dos 12 aeroportos, o que já gerou preocupação da autoridades da Fifa.
Depois do mundial de 1950, essa será a segunda Copa do Mundo no Brasil. Desta vez as sedes serão nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Segundo o Ipea, as obras de ampliação necessárias nos aeroportos de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos e Campinas (ambos no estado de São Paulo), Salvador e Cuiabá “não estarão prontas antes de 2017”.
Um prazo similar é previsto para os aeroportos de Belo Horizonte e Porto Alegre, enquanto o caso de Natal, onde um novo terminal internacional está em construção, calcula-se que as obras não serão concluídas em sua totalidade até meados de 2015.
As melhores perspectivas se apresentam nos aeroportos de Curitiba, Rio de Janeiro e Recife, onde segundo a informação do Ipea as obras, todas de menor escala, avançam dentro dos prazos previstos.
Em meados de ano passado, o Governo anunciou investimentos de US$ 3,2 bilhões para adequar os aeroportos do país às necessidades da Copa do Mundo, mas o problema está no fato de que a maioria das obras nem sequer começou, diz o Ipea.
Há 15 dias, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou que “a Copa do Mundo é amanhã, mas os brasileiros pensam que é depois de amanhã”, e criticou as demoras nas obras necessárias nos estádios e na infraestrutura de transportes.
Citou, entre outros, o caso de São Paulo, onde o estádio proposto como sede da partida de abertura da competição ainda não começou a ser construído.
O Governo respondeu por meio do ministro de Esportes, Orlando Silva, quem garantiu que as obras da Copa vão “a todo vapor”, embora tenha admitido que o caso de São Paulo e seu estádio merecem “uma especial atenção”.
Sobre os projetos de infraestrutura de transportes, Silva disse que 70% das obras começarão neste ano e garantiu que estarão prontas até 2013, quando será realizada a Copa das Confederações.
No entanto, segundo diz o relatório divulgado nesta quinta-feira pelo Ipea, toda grande obra de infraestrutura de transportes leva, em média, sete anos.
Um dos grandes projetos propostos pelo Brasil para a Copa do Mundo de 2014 já naufragou totalmente, ao menos em relação a sua utilidade para o grande evento de futebol.
Trata-se do trem de alta velocidade que será construído entre o Rio de Janeiro e São Paulo, cujas obras ainda não foram sequer licitadas e que já cogitam não ter condições de estar em operação nem mesmo para os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio.