O presidente do Uruguai, José Mujica, mostrou seu apoio ao atacante Luis Suárez, do Liverpool, após a recente polêmica com o jogador francês Patrice Evra, por insultos racistas.
Em declarações exclusivas ao jornal semanário “Búsqueda”, do Uruguai, divulgadas nesta quinta-feira, Mujica opinou como “exagerado” o escândalo gerado ao redor de Suárez, e afirma que o atleta “não tem nada de racista”.
O problema para o dirigente é “que alguns não entendem” que o jogador uruguaio não estudou para ser “um diplomata de protocolo”, sustentou.
“(Suárez) é um garoto genial nos gramados, humilde, que saiu da pobreza”, argumentou Mujica, que em mais de uma ocasião levou o jogador e todo o elenco da seleção nacional para jantar.
As declarações do dirigente vieram a tona depois que o capitão da seleção uruguaia e jogador do Paris Saint-Germain, Diego Lugano, compartilhou sua admiração e apoio ao atacante.
Em declarações para o Canal 10 da televisão uruguaia, Lugano destacou que Suárez “passou por alguns meses que não merecia”, com a suspensão imposta pela Federação Inglesa por seus supostos comentários racistas contra Evra, do Manchester United, e pela polêmica depois de o atacante se negar a cumprimentar o jogador no fim de semana passado.
“É preciso levar em conta que a Inglaterra é um país historicamente colonial e o racismo é algo delicado, mas sabemos que não tem nada a ver com a relação entre Luis e este jogador do Manchester. É uma discussão do futebol que muito moralista falso e hipócrita aproveitou para dar uma lição”, expressou o capitão uruguaio, para quem Suárez é neste caso “o único inocente”.
Quanto a atitude do atacante em Old Trafford de se negar a cumprimentar Evra, que tantas críticas levantou no mundo todo, Lugano afirmou que todos os seus companheiros o “apoiam e admiram” por isso.
“Para fazer o que fez Luis no sábado é preciso ter culhões. Ele seguiu suas convicções. Vivemos em democracia e se não quiser cumprimentar alguém, não o cumprimente. Muito menos uma pessoa que te fez passar por momentos tão ruins”, concluiu.