O presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, será o
entrevistado do programa Camarote, do canal pago Premiere e que irá ao ar no
próximo sábado (22). Segundo informações cedidas pela assessoria da emissora
enviadas nessa sexta-feira (21), o dirigente se posicionou contrário à proposta
do Governo Federal de perdoar as dívidas dos clubes brasileiros e também
relatou a falta de união entre as entidades do futebol nacional, que acaba
favorecendo alguns empresários mal-intencionados.

“Os clubes no Brasil são muito desunidos, não há uma
liderança consolidada. Um dos exemplos é a atuação dos empresários. Existem
alguns fantásticos e outros ruins. Precisamos ter uma legislação que proteja os
clubes, atualmente, os clubes possuem cerca 20% dos jogadores, os clubes
trabalham nisso, investem no atleta e não recebem de volta. O empresário ou
fundo de investimento ganha mais que o clube. Além disso, não há proteção para
o clube formador. Acredito ser necessário um acordo coletivo com todos os envolvidos
no futebol, desde dirigentes, jogadores, árbitros, federações, para melhorar o
negócio. Atualmente, o futebol brasileiro está ficando para trás em todos os
aspectos”, lembrou Andrade, que já foi gestor de corporações privadas.

O homem forte do alviverde paranaense ainda explicou como
equalizou os dividendos do Coxa e defendeu o modelo de punição técnica aos
clubes que não saldarem suas dívidas.

“Tínhamos R$ 100 milhões em dívida fiscal, com a receita em
torno de R$ 40 milhões. Hoje, nossa receita está em mais de R$ 90 milhões e temos um ativo de R$ 450 milhões, sendo a dívida 28% do nosso ativo e toda negociada para pagarmos
mensalmente. O Governo tem que mudar a legislação, não acredito que seja justo
o perdão das dívidas. Alongamos a nossa e estamos pagando mensalmente. Na minha
concepção, o Governo deveria criar uma renegociação, onde quem não paga, tem
punição técnica, como o rebaixamento”, salientou.

Outro assunto em pauta foi o sempre controverso calendário
nacional, que muitas vezes exige demais dos atletas, o que gera dividendos aos
clubes, que arcam com as lesões.

“É necessária uma racionalização do calendário nacional.
Fizemos 32 partidas antes da parada da Copa das Confederações e o segundo
semestre será intenso de jogos, o que acarreta lesões e custos do clube com
tratamento e com os jogadores inativos. O Campeonato Paranaense tem 12 clubes
e, para mim, oito seria o número certo e sofremos com muitas datas. Fizemos 24
partidas no Paranaense desse ano. Ano passado, gastamos R$ 8,7 milhões em
jogadores no Departamento Médico e muito se deve ao excesso de jogos”, disse.


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Presidente do Coritiba relata desunião entre clubes do país e se posta contrário ao perdão das dívidas pelo Governo Federal