O julgamento do goleiro Bruno Fernandes, ex-capitão do Flamengo, por sua suposta responsabilidade no assassinato de uma modelo com a qual teve um filho, foi adiado até março do próximo ano, depois do jogador pediu a substituição de seu advogado.
A juíza Marixa Rodrigues, do Tribunal de Justiça de Contagem, aceitou o pedido do novo advogado do goleiro para que o julgamento, que começou na segunda-feira, seja desmembrado e para que as acusações contra seu cliente sejam avaliadas em outro momento.
O advogado Lúcio Adolfo da Silva, que foi apresentado por Bruno como seu novo defensor no terceiro dia do julgamento, alegou que desconhecia o caso e que necessitava de um prazo para preparar a defesa de seu cliente.
O goleiro é acusado dos crimes de homicídio qualificado, sequestro, encarceramento privado e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio, desaparecida desde 2010, quando tinha 25 anos.
A juíza, que na terça-feira já tinha negado uma substituição de advogado por considerar que se tratava de uma manobra do jogador para prejudicar o julgamento, aceitou o pedido e reprogramou o julgamento para 4 de março, com um novo júri.
O atual processo, com os sete jurados já selecionados, prosseguirá contra os outros dois acusados que estavam com Bruno no banco dos réus, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, amigo do jogador e acusado de ter comandado o sequestro da vítima, e Fernanda Gomes, ex-namorada de Bruno, que é acusada por ser cúmplice no sequestro de Eliza e ter ajudado a cuidar do filho da modelo antes e após o seu desaparecimento.
Após a decisão do tribunal de desmembrar o processo, Bruno será julgado em março junto a outros dois acusados: o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, que é acusado como autor do homicídio, e Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime.
Marcos Aparecido dos Santos e Dayene Rodrigues do Carmo também começaram a ser julgados na segunda-feira, mas também pediram substituição de seus advogados.
Bruno, que até meados de 2010 foi goleiro, capitão e um dos ídolos do Flamengo, já foi condenado em outra ocasião por responsabilidade na retenção ilegal e lesão corporal de Eliza Samudio, de quem era amante e com quem teve um filho.
A modelo, que vinha pressionando o goleiro para que reconhecesse a paternidade de seu filho e lhe pagasse uma pensão, tinha apresentado em outubro de 2010 um requerimento perante uma delegacia do Rio de Janeiro acusando o jogador de tê-la sequestrado, agredido e ameaçado matá-la.
A jovem desapareceu pouco depois e o goleiro foi detido depois que um primo, então com 17 anos, admitiu ter sequestrado a modelo por ordem de Bruno para levá-la até a residência do jogador em Belo Horizonte.
A mesma testemunha afirmou que a jovem foi assassinada por Marcos Aparecido dos Santos, um ex-policial conhecido como “Bola” e contratado pelo jogador, e que o autor do crime esquartejou o corpo da modelo e deu para os cachorros.