O presidente da Uefa, Michel Platini, afirmou nesta quinta-feira (22) que o futebol profissional da Europa acumula perdas de 1,6 milhão de euros (quase R$ 4 milhões), apontou estudo recente da entidade.
O dirigente questionou o fato de os clubes chegarem a essa situação em um momento em que há “mais dinheiro do que nunca no futebol”. Na abertura do 36º Congresso da Uefa, Platini ressaltou que o futebol é “um tesouro” e que é preciso preservá-lo.
“Em alguns países os clubes gastam o que não têm, enquanto em outros já não pagam os jogadores. Como é possível que haja mais dinheiro do que nunca no futebol e, no entanto, tantos clubes endividados? Como é possível este paradoxo? É insustentável”, questionou o francês.
Platini citou em seu discurso alguns dirigentes de conduta duvidosa fazendo com que suas federações e clubes estejam constantemente nos tribunais, e que pressionam e ameaçam jogadores na assinatura e no término de contratos. “É algo que não pode ser tolerado”, afirmou.
Após destacar que “o futebol europeu é inseparável” e que nele há harmonia entre clubes e federações nacionais, Platini se comprometeu em “proteger os jogadores e o jogo, além de limpar o futebol”, como sua verdadeira obsessão, segundo ele, fazendo a história que o esporte merece.
Dando respaldo as declarações do dirigente máximo da entidade, foi divulgado nesta quinta-feira que a Uefa e a Associação Europeia de Clubes assinaram documento que garante aos clubes europeus receberem cerca de 100 milhões de euros (mais de R$ 240 milhões), dos lucros da próxima Eurocopa, disputada na Polônia e Ucrânia.
Além disso, o memorando do entendimento, garantiu mais 150 milhões de euros, aproximadamente, após a Eurocopa de 2016, que será na França. O documento foi assinado por Michel Platini e Karl-Heinz Rummenigge, presidente da entidade que representa os clubes.
Outro tópico do acordo detalha que a Uefa vai pagar seguros para cobrir os riscos de lesões dos jogadores que atuarem pelas suas seleções. A intenção é pressionar a Fifa a tomar a mesma atitude no mundo.
No memorando, também há menção de apoio a implantação do calendário internacional, que será apresentado ao Comitê Executivo da Fifa, com mudanças na programação das seleções.
Karl-Heinz Rummenigge definiu a assinatura do documento como um “dia histórico para o futebol europeu de clubes”. Para o também presidente do Bayern de Munique, o acordo “reconhece claramente a importância dos clubes e a significativa contribuição que fazem as seleções nacionais”.
O documento foi assinado pela Associação Europeia de Ligas Profissionais de Futebol e pela associação de jogadores FIFPro em seção europeia.