O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius se sentiu indisposto e vomitou repetidamente durante a audiência desta segunda-feira (10) no Superior Tribunal de Pretória, onde é julgado pelo assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.
Na ocasião, Pistorius começou a se sentir mal durante o testemunho do legista Gert Saayman, que descreveu a autópsia da modelo, incluindo os detalhes dos ferimentos encontrados.
A juíza Thokozile Masipa, que proibiu a reprodução ao vivo da imagem e do áudio do testemunho do legista, chegou a adiar brevemente o depoimento de Saymann por causa do estado de Pistorius, que cobriu a cabeça com as mãos e foi abraçado por seus dois irmãos durante a pausa.
No retorno da audiência, Pistorius começou a ter náuseas e passou vomitar repetidamente, embora seu advogado, Barry Roux, tenha evitado uma nova paralisação da audiência, como sugeriu a magistrada, que preside o julgamento no Tribunal Superior de Pretória.
“Ele não vai se sentir bem durante este testemunho. Isto não mudará, está muito afetado”, disse Roux pouco antes de Masipa interromper a audiência para uma nova pausa – esta para o almoço.
Neste momento, antes de deixar a sala na companhia da irmã, o velocista paralímpico recebeu o amparo de seu tio Arnold e de outros familiares.
Durante o julgamento no Superior Tribunal de Pretória, iniciado na última segunda e que deverá se estender até o próximo dia 20 de março, Pistorius havia demonstrado relativa compostura e serenidade, embora tenha caído em prantos algumas vezes.
No entanto, o velocista – que se transformou no primeiro atleta com as duas pernas amputadas a disputar uma Olimpíada nos Jogos de Londres (2012) – seguia atento os testemunhos e, inclusive, tomava notas, as quais eram repassadas aos advogados de defesa.
No início do processo, Pistorius reconheceu ter disparado contra sua namorada – através da porta fechada do banheiro de sua casa de Pretória – na madrugada de 14 de fevereiro do ano passado.
O velocista alega ter disparado contra sua namorada por acidente, ao pensar que a mesma fosse um ladrão que tinha invadido sua casa.
A Promotoria acusa Pistorius de matar Reeva intencionalmente e, por isso, defende que o mesmo seja condenado por assassinato premeditado, uma acusação que poderia resultar em prisão perpétua.