O velocista paralímpico sul-africano Oscar Pistorius, a partir da próxima segunda-feira (26), será submetido a um exame psiquiátrico durante um mês para determinar se seu suposto transtorno de ansiedade teve alguma influência em seu comportamento na noite em que ele matou a tiros sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.
Assim ordenou nesta terça-feira a juíza Thokozile Masipa, encarregada pelo julgamento de assassinato, ao atender o pedido formulado há uma semana pelo procurador Gerrie Nel, que solicitou esta medida depois que uma psiquiatra convocada pela defesa assegurasse que Pistorius sofria um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
O acusado, que não ficará internado, deverá comparecer todos os dias – das 9h até 16h locais – ao hospital Weskppies, situado em Pretória, ou até que seja formalmente liberado pelo superintendente médico ou pela pessoa designada por este, leu a juíza no Tribunal Superior de Pretória.
Uma vez realizada essa avaliação, uma equipe médica ficará responsável por determinar se o suposto transtorno de Pistorius influenciou em sua “responsabilidade criminal” ou em seu comportamento no momento em que disparou quatro vezes contra Steenkamp, que, por sua vez, se encontrava trancada dentro do banheiro da casa do velocista em Pretória.
Desta forma, a juíza acabou adiando o julgamento, iniciado no último dia 3 de março, até o próximo dia 30 de junho, quando, uma vez revelado os resultados do exame de Pistorius, o processo será retomado.
A defesa do velocista paralímpico se opôs ao pedido do procurador de avaliar o estado mental de Pistorius, de 27 anos, ao considerar que o suposto transtorno do atleta não diminui sua capacidade de decisão e nem de distinguir o bem e o mal.
Os problemas mentais de Pistorius estariam relacionados a sua deficiência física, já que ele teve suas duas pernas parcialmente amputadas aos onze meses devido a um problema genético, e a separação de seus pais, além da morte de sua mãe quando ainda era um adolescente, como declarou a psiquiatra Merryl Vorster durante o julgamento.
Pistorius confessou ter matado sua namorada na madrugada do dia 14 de fevereiro do ano passado, mas, em sua defesa, alegou ter disparado por pânico, ao pensar que sua namorada fosse um ladrão que tinha entrado em sua casa.
Durante os Jogos Olímpicos de Londres, disputados em 2012, Oscar Pistorius se transformou no primeiro atleta com as duas pernas amputadas a disputar uma Olimpíada com atletas não incapacitados.