Poucos sabem que a ginástica de
trampolim é uma modalidade olímpica. E poucos sabem também que a cidade de
Piraí, no interior fluminense, é um expoente mundial neste esporte, acumulando
títulos internacionais como o tricampeonato muncial infanto-juvenil masculino,
o campeonato brasileiro (13 vezes, entre 1998 e 2010), entre outros louros.
Inaugurada em 1997, a Escola de Ginástica de Trampolim da Prefeitura de Piraí
transforma jovens em situações de risco em atletas competitivos, grande parte
deles integrantes da Seleção Brasileira de Ginástica.

“Neste momento, eles se preparam
em ritmo intensivo para o Campeonato Mundial da Bulgária”, conta a secretária
de Esporte do município, Vânia Fajardo Ferreira. Dez atletas da Escola farão
parte da equipe brasileira que vai disputar o Mundial, a competição mais
importante desta modalidade. “Importamos este mês novos aparelhos, os oficiais
e mais modernos, da Alemanha”, conta a secretária. “Nós não poupamos esforços
quando o atleta se destaca e investimos no esporte”. No início, quando a Escola
que viria a se tornar era apenas um sonho, os alunos usavam “aparelhos”
totalmente improvisados, feitos com pneus velhos, e uma mini cama elástica.
Anos mais tarde, atletas de Piraí ajudariam o Brasil a conquistar a primeira
medalha por equipe em Campeonato Mundial.

Em grande parte, todas estas conquistas
são mérito da professora Shirley Arantes, que treina as crianças e coordena a
Escola desde o seu surgimento. O projeto social de Piraí serviu de modelo para
a criação de outras escolas em várias cidades do país. E quando tudo começou,
nos anos 90, o trampolim acrobático era ainda menos conhecido que nos dias de
hoje. Criado nos Estados Unidos no início do século 20, o esporte não possuía,
até 1998, um órgão específico próprio para reger normas e promover competições
nem participava das Olimpíadas. A Federação Internacional do Trampolim surgiu
naquele ano – e logo passou para o guarda-chuva da Federação Internacional de
Ginástica (FIG) – e a diputa nos primeiros Jogos Olímpicos aconteceram em
Sidney, na Austrália, em 2000.

Os equipamentos recém-chegados e usados
a partir deste mês pelos atletas de Piraí são exatamente os mesmos usados nas
competições. “Esperamos que o nível técnico dos alunos melhore ainda mais”, diz
a secretária de Esporte. Estes trampolins são grandes camas elásticas, cuja
rede fica a 1,55 metros de altura, instalada numa área total de 5,05 metros de
comprimento por 2,91 metros de largura. Neste espaço, se impulsionando, os
atletas precisam desenvolver até 20 movimentos: saltos mortais, piruetas,
acrobacias etc., com pulos que atingem até 6 metros de altura. 


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Piraí tem centro de excelência em ginástica de trampolim