Eleito melhor do mundo por três vezes e campeão da Copa do Mundo e da Eurocopa com a seleção francesa, o ex-jogador Zinedine Zidane revelou sentir saudades do tempo de jogador, quase seis anos depois de ter se aposentado e perto de completar 40 anos de idade.
“Se me perguntarem se sou tão feliz em minha vida atual quanto na anterior, a resposta é não. Com certeza era mais feliz dentro de campo. Era a vida que tinha sonhado. Agora levo uma vida totalmente diferente, e a felicidade, portanto, também é diferente”, declarou o ex-jogador ao jornal “Le Monde”.
A entrevista foi concedida para uma matéria especial de uma revista do “Le Monde” em comemoração ao aniversário de 40 anos de ‘Zizou’, completos no próximo sábado. Nela, o francês de origem argelina fala um pouco de seus projetos atuais e reconhece que ter passado a um segundo plano fez com que ele se sentisse menos querido que antes.
“É normal. Hoje, Karim Benzema sem dúvida tomou o bastão. Eu o tomei de Michel Platini. O que me chateia é haver gente que, sem te conhecer, faz algumas críticas e te insulta”, comentou.
O ex-atleta acrescentou que ainda não sabe o que gostaria de se dedicar em um futuro próximo e afirmou que, embora o trabalho de diretor do Real Madrid toma quase todo o seu tempo, quer fazer algo mais.
“Tenho que descobrir o que farei”, disse o ídolo francês, campeão mundial em 1998 e europeu em 2000 e que atualmente cursa mestrado de dirigente esportivo no Centro de Direito e de Economia do Esporte (CDES), um dos mais prestigiosos da França.
“Quando era jogador, diziam que tinha que jogar futebol e ponto. Eu aceitei isso por ter em mente a ideia de ser o melhor, e agora tenho que me preparar para outras coisas. Mesmo quando se é Zidane, é preciso lutar”, relatou.
‘Zizou’ comentou rapidamente sobre a política francesa atual e declarou ser a favor do aumento do tipo máximo no imposto sobre a renda até 75% para os que ganham mais de 1 milhão de euros, prometido pelo presidente do país, François Hollande.
“Pela situação vivida hoje em dia, pedir dinheiro a que tem é lógico”, argumentou o melhor do mundo de 1998, 2000 e 2003, que deixou claro que, embora viva na Espanha, continua “pagamento impostos como todo mundo”.