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Parkour não é um esporte, mas exige treinamento e disciplina de grande atleta. O hábito de escalar monumentos, de se jogar de muros altos e subir em árvores da paisagem urbana já teria 10 mil praticantes no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Parkour (ABPK). “Mas pelos menos 20 mil tiveram contato com a prática, e esse número vem crescendo bastante”, afirma Jean Wainer, presidente da entidade. A atividade não conta com competições ou eventos periódicos. Os participantes se relacionam por meio de sites e blogs – são 40 mil membros em comunidades do orkut – e marcam encontros isolados, sem mídia ou qualquer divulgação. “Em São Paulo, eu e alguns amigos nos juntamos todos os sábados. Costumamos ir ao Parque do Ibirapuera ou a alguns lugares do bairro de Perdizes, onde há vários espaços bons para treinar.” A ABPK está organizando um grande evento para setembro, mas ainda não há local e data confirmados. Certo mesmo é que o grupo de “atletas” deve participar, como no ano passado, da Virada Esportiva, organizada pela Prefeitura de São Paulo, em novembro. “Fizemos exibições no centro, visitamos vários pontos e fizemos muito sucesso”, conta Wainer. A modalidade tenta ser não apenas uma aventura ou um desafio físico, mas sim um pretexto para unir diversas pessoas em torno de conceitos defendidos pelo grupo. “O parkour prega uma filosofia não elitista, onde não existem vencedores e perdedores – o foco não é ser o melhor, e sim ser o seu melhor”, explica o presidente da associação. No texto de abertura do blog Le Parkour São Paulo (www.parkoursaopaulo.blogspot.com), uma posição bem mais radical contra as disputas. “Nós acreditamos que é contra a filosofia do parkour competir para conseguir alguma coisa de valor, tal como medalhas, troféus, dinheiro, fama, reconhecimento ou glória. O mesmo vale para quem quer aparecer. Nossos atos não devem ter preço e devem beneficiar as pessoas de fora”. Por não estimular as comparações e competições, não é considerado uma atividade esportiva. “Não considero parkour um esporte. Vejo esporte como um jogo, uma atividade com um conjunto de regras e um juiz que define quem se destancou dentro delas”, opina Wainer. Os seguidores repudiam também a afirmação de que o parkour é violento e arriscado. Segundo eles, pessoas de qualquer idade e condições físicas podem aderir aos exercícios. “O sujeito que tem um problema na perna, por exemplo, pode fazer movimentos mais suaves, de menor impacto. O importante é se movimentar”, conta Wainer, que, mesmo tendo tido uma grave lesão no tornozelo quando saltava de pára-quedas, não abandonou os monumentos, muros e terrenos acidentados. “Hoje, evito saltos e grandes impactos. Prefiro subir árvores, coisas assim. O grande desafio para todos os participantes é se superar e vencer seus próprios limites, de acordo com sua capacidade.” O parkour é contra regras, não exige terrenos ideais nem tampouco professores. “Se você quiser o acompanhamento de um profissional de Educação Física, tudo bem, mas não é necessário. Basta dosar os movimentos e não exagerar, que não haverá problema”, garante Wainer. Apesar da total liberdade, o site Parkour no Brasil (www.parkournobrasil.com.br) faz algumas advertências aos iniciantes. "Evitem treinar em órgãos públicos, prefeituras, bancos, metrôs. Esses locais são proibidos à prática, pelo fato de pessoas que ainda não conhecem o parkour o confundirem com vandalismo." E segue: "Caso algum guarda chame atenção, respeite-o e mude de local. Não discutam com os guardas, eles sempre têm razão".</p>
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