Ano que vem teremos Copa do Mundo. Coincidência ou não, a fornecedora de material esportivo do Palmeiras lançará uma camisa comemorativa do clube que, além de homenagear os 100 de história palmeirense, usará as cores da Seleção Brasileira. A empresa criadora da novidade ainda não lançou oficialmente o modelo, mas já divulgou alguns detalhes da peça, que só chegará às lojas em janeiro de 2014, com grandes chances de rivalizar com a oficial da Confederação Brasileira de Futebol (foto abaixo).

Com predominância do amarelo e detalhes em verde, esse que será o terceiro uniforme do Palmeiras lembra também o dia em que o alviverde representou o país. Em 7 de setembro de 1965, somente jogadores do alviverde representaram a Seleção Brasileira e enfrentaram o Uruguai em amistoso festivo que, além da comemorar o Dia da Independência do Brasil, inaugurou o Estádio do Mineirão. Usando as tradicionais vestes verdes e amarelas, a vitória foi de 3 a 0 em cima da Celeste.

Hoje, mesmo jogando a Série B do Campeonato Brasileiro, o torcedor do Palmeiras é conhecido como apaixonado pelas cores do clube ou, sejamos mais específicos, o verde.

Partindo dessa ideia, o Virgula Esporte conversou com os criadores do Nocciolina, perfil criado em redes sociais – Instagram, Facebook e Twitter – que divulga notícias reproduzidas da mídia e também fotos captadas pelos próprios criadores da ideia: Guilherme Lopes e Rodrigo Lupatelli. Ambos são frequentadores assíduos dos jogos do time há anos e começaram a ideia sem maiores ambições, só pelo amor ao clube.

Fomos atrás também do dono da Look Palmeiras, gerenciado por Fábio Rocha. Criado há 10 anos, por lá são feitas compras, vendas e trocas de camisas raras, comuns ou vintage – produzidas pelo próprio Fábio, um colecionador que, atualmente, possui mais de 1.000 modelos originais que fazem parte da história palestrina (veja alguns na foto abaixo).

Para os três, a preferência pelo clube em comparação à Seleção Brasileira é natural a qualquer torcedor de futebol.

“Vejo (essa questão) com naturalidade. A Seleção não joga toda semana, ficamos muito tempo sem ter um jogo, na maioria das vezes os jogos são fora do país e com horários alternativos, passando durante a semana e à tarde. Fica difícil de acompanhar”, diz Rodrigo.

“Acho que dentro do estádio não tem muita diferença, talvez só nos gritos das torcidas já que a seleção não tem organizada pra puxar as músicas”, lembra Guilherme.

Na mesma questão Fábio foi mais enfático: “O Palmeiras é nossa vida! Somos brasileiros, mas palmeirenses antes de tudo!”.

A diferença apontada pelo pessoal do Nocciolina é a falta de identificação com a seleção. Enquanto Guilherme diz ter uma impressão pessoal ruim da CBF, seu colega diz que, em caso de derrota, não há as brincadeiras comuns como acontece na campanha dos clubes, e isso tira um pouco da graça do futebol.

Mas os três concordam quando o assunto é a camisa amarela a ser lançada. Todos garantem que prefeririam usá-la em um jogo da Seleção Brasileira em vez da clássica camisa pentacampeã.

“Aliás, essa camisa vai me ajudar a não comprar o uniforme da Seleção por muito tempo!”, exemplificou Guilherme, nos mesmos moldes de Rodrigo: “Assim que sair vou comprar, foi uma sacada muito boa do marketing do Palmeiras”.

As respostas ainda prepararam terreno para a aposta do colecionador: “Vai vender como água”.

A rivalidade entre clubes toma conta das torcidas no Brasil, e o estádio do Corinthians (maior rival do Palestra) será um dos palcos da estreia da Seleção Brasileira no Mundial. Mesmo com estes agravantes, nenhum dos entrevistados, porém, imagina que será um problema usar a camisa do Palmeiras no jogo que iniciará a caminhada brasileira rumo ao hexa.

“Não haverá problema. Mesmo hoje que o Palmeiras não tem camisa amarela, se vê muito em jogos da seleção torcedores com a camisa alviverde”, lembra Fábio.

Guilherme, que já foi a alguns jogos do Brasil, conta que o pessoal costuma deixar o clubismo de lado em jogos da seleção. Rodrigo também não vê nenhum problema: “O público em jogos da Seleção é mais elitizado por causa do ingresso ser mais caro. Isso evita brigas”.

Opinião diferente dos três acima é a de Marcelo Megale, diretor financeiro do Virgula. Mas somente sobre a questão do uniforme, já que o alviverde será sempre sua primeira escolha no futebol.

“Eu como palmeirense apaixonado e ‘das antigas’ vou preferir compras outras que, com certeza, serão lançadas em comemoração aos 100 anos e à própria história do Palestra, mas acho que os meus moleques com certeza vão querer uma dessas”, contou Megale, de 41 anos, pai de dois garotos, de oito e 11 anos.


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Palmeirenses aprovam camisa amarela e prometem usá-la em jogos da seleção

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