Tudo começou na Copa do Mundo da França em 1938, quando nossa seleção brasileira conquistou o terceiro lugar em uma brilhante competição, tendo o direito de sediar a próxima Copa, que seria em 42. Mas ninguém contava com a II Guerra Mundial e o então Palestra Itália se transformava em Palmeiras, devido ao vínculo do time com o fascismo italiano.
Com isso, a Copa realizada no Brasil veio somente em 1950, ano em que nosso país ergueu o maior estádio do mundo, o Maracanã, com capacidade para 200 mil pessoas. A seleção, que ainda não era a canarinho, com seu uniforme azul, já se destacava no futebol. Colecionava vitórias e tudo indicava que os grandes campeões da Copa do Mundo de 50 seríamos nós. Com um Maracanã lotado a seleção brasileira enfrentava o Uruguai na final. A expectativa do título era grande, mas ninguém contava com um gol de Gigghia, calando estádio. Uruguai era o campeão mundial de 1950, derrotando o Brasil por 2 a 1.
A tristeza tomou conta de todo país. Há quem diga que tenha sido o maior desastre da história do futebol mundial. O sofrimento era visto nos olhos de cada um. O ano de 1950 se tornou uma data que nenhum brasileiro gosta de lembrar.
Nesse clima de tristeza e até desespero, em 1951 começava a ser disputada a Copa Rio, um verdadeiro Mundial Interclubes. O campeonato era dividido em duas chaves. Uma chave era sediada pelo estado do Rio de Janeiro e a outra por São Paulo. Reunindo os melhores clubes da época, na chave do Rio tinha o Vasco da Gama, Sporting de Portugal, Áustria de Viena e o Nacional do Uruguai. Já na chave de São Paulo tinha o Palmeiras, o Juventus da Itália, o Estrela Vermelha da Iugoslávia e o Olimpic da França.
No dia 30 de junho o Verdão fez sua estréia no Pacaembu, derrotando o Olimpic da França por 3 a 0. Também no Pacaembu, no dia 5 de julho, o Palmeiras ganhava mais uma, agora do Estrela Vermelha por 2 a 1. Enfim o confronto entre os italianos. A Juventus já era uma potência na época, um dos melhores times do mundo. O Palmeiras não agüentou e foi goleado por 4 a 0. Mas o sonho do título ainda não estava terminado. Mesmo com a derrota o antigo Palestra Itália se classificava em segundo lugar.
A próxima fase do torneio seria decidida toda no Rio de Janeiro. O Palmeiras tinha pela frente o poderoso Vasco da Gama. Em dois jogos contra o time português, o Palmeiras venceu o primeiro por 2 a 1 e, no segundo, o empate por 0 a 0 classificava o time alviverde para as finais da Copa Rio. Mas quem enfrentaria o Palmeiras na final? O adversário era a Juventus, que havia massacrado o Verdão, balançando quatro vezes a rede do Palestra.
Mas o Palmeiras não se intimidou e na primeira partida no dia 18 de julho, venceu a "Vechia Signora" por 1 a 0. Mas ainda restava um jogo. A grande final ocorreria dia 22 de julho e o Palmeiras precisava somente de um empate, mas estava desfalcado de dois importantes jogadores, Waldemar Fiúme e Aquiles. A Juventus vencia o Palmeiras por 2 a 1, mas Liminha marcou o gol alviverde empatando o jogo em 2 a 2 e dando números finais à partida. Palmeiras Campeão Mundial de 1951.
O torneio foi muito bem organizado. Era visível a seriedade dos participantes da Copa Rio e também do público que comparecia em peso aos jogos. Na final entre Palmeiras e Juventus havia nada mais nada menos que 100.933 pagantes no Maracanã. Centenas de caravanas foram organizadas para comemorar o título mundial palmeirense no estado carioca. Houve grande repercussão da imprensa, principalmente na Gazeta Esportiva, jornal de grande credibilidade em jornalismo esportivo. Todos os jornais da época publicaram a grande conquista do Verdão.
Agora, o time de Parque Antártica busca na FIFA, conseguir o respaldo e a oficialização do título. Caso esse sonho se torne realidade, o Verdão será o primeiro CAMPEÃO MUNDIAL INTERCLUBES de todos os tempos, por ter enfrentado e vencido os melhores times do mundo na época, para inveja de muitos clubes brasileiros, principalmente dos rivais paulistas.