Arena Amazônia, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014

Uma nova fatalidade mancha as obras para a Copa do Mundo 2014. Após a morte do operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, no último sábado, (14), dentro da Arena da Amazônia, um novo funcionário veio a falecer nas próximidades do estádio. José Antônio do Nascimento, de 49 anos, sofreu um infarto durante o horário do seu trabalho no Centro de Convenções do Amazonas (CCA).

O rapaz era responsável pelo setor de pavimentação do local e segundo relatos dos companheiros de trabalho, ele comentou que estava sentindo forte calor e decidiu ir para a cabine climatizada de um caminhão. Ao sentar, sofreu o infarto. De acordo com familiares, o operário sabia que sofria problemas de pressão e tomava remédios para controlar a doença.

Responsável pela obra, a Amazonastur afirmou que José Antônio estava realizando um serviço na área contratado pela Secretaria da Região Metropolitana de Manaus (SRMM). Em nota, a Secretaria lamentou o fato e afirmoou estar “dando toda a assistência necessária à família da vítima”. Apesar de estar localizada ao lado da Arena da Amazônia, a obra não é de responsabilidade da Unidade Gestora do Projeto (UGP).

A família do trabalhador reclamou das condições de trabalho oferecidas no CCA. Segundo um dos parentes, José Antônio trabalhava de domingo a domingo nas obras e sofria pressão pelo atraso na entrega do complexo, que de  junho deste ano foi adiada para janeiro de 2014.

Pedido do MPT

Após a morte de Marcleudo de Melo Ferreira, o Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT 11ª Região) protocolou, na Justiça do Trabalho, um pedido de interdição imediata das obras da Arena da Amazônia, que será utilizada para a Copa do Mundo de 2014.

Os procuradores Maria Nely Bezerra de Oliveira, Renan Bernardi Kalil e Jorsinei Dourado do Nascimento dizem no documento que o pedido de interdição das obras está baseado na reincidência de acidentes no local. Segundo eles, os operários foram vítimas de acidente de trabalho devido ao descumprimento de normas de segurança.

No pedido, o MPT solicita que a obra fique paralisada até que seja atestado o atendimento dos requisitos mínimos e das medidas de proteção para trabalho em altura, previstos nas Normas Regulamentadoras do MTE, sem comprometimento do salário dos empregados. O órgão pede ainda a fixação de multa no valor diário R$ 100 mil para o caso de descumprimento da medida judicial de interdição.

Por meio da sua assessoria de comunicação, a Unidade Gestora do Projeto Copa no Amazonas (UGP Copa) informou que vai se pronunciar sobre o pedido somente quando for comunicada oficialmente.


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Outro operário morre nas obras para a Copa 2014 em Manaus; MPT quer interdição

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