Nem Boca Juniors, nem River Plate, nem Palmeiras, nem São Paulo. O Olimpia
do Paraguai é o único time sul-americano que chegou em finais de Libertadores
em todas as décadas da competição, disputada desde 1960.
Com o vice logo no ano de estreia, os tricampeões podem se
ostentar pelo fato de ser também o maior nome do esporte paraguaio. Isso porque o país
não tem destaque em outros esportes, com exceção do
futsal. Nos Jogos Olímpicos, o Paraguai conquistou apenas uma medalha em sua
história, em 2004, e justamente dentro das quatro linhas, quando perdeu a final
para a Argentina (1 a 0, gol de Tévez). Para se ter uma maior noção, até nos Jogos
Pan-Americanos os guaranis, em toda a história, ganharam uma medalha de ouro,
seis de prata e sete de bronze, um total de 16, sendo que seis delas nos
últimos dois eventos (Rio 2007 e Guadalajara 2011) e seis em Mar del Plata (1995).
Desempenho muito abaixo da média dos sul-americanos.
Desta forma, para uma nação sem tradição esportiva, o
futebol é o esporte que move a paixão da maioria de seus mais de sete milhões de
habitantes. E o Olimpia é o clube que mais caiu no gosto dos paraguaios.
Ao longo de seus 110 anos de história, o Decano, como também
é chamado, detém mais taças do campeonato paraguaio que qualquer outro – dez a
mais que o maior rival, o Cerro Porteño (39 contra 29).
Em 1960 o clube alcançou o seu auge até então. Sagrou-se
hexacampeão nacional (o único até hoje a conseguir o feito) e chegou à primeira
final de Libertadores da América disputada, perdendo para os então poderosos
uruguaios do Peñarol.
Mas esse era só o começo da fama internacional do Olimpia. Em
1979, em sua segunda final de Libertadores, bateu o então bicampeão do torneio,
o Boca Juniors, e eliminando o atual campeão brasileiro na fase semifinal, o
Guarani de Campinas. Daí, para o mundo, e venceu a Copa Intercontinental (então
único Mundial de Clubes) em cima do Malmöe, da Suécia, vice-campeão europeu que
foi a campo devido à desistência dos ingleses do Nottingham Forest.
A geração que defendeu o Rei de Copas do Paraguai no final
dos anos 1980 levou a equipe novamente a uma final continental (1989, e perdeu,
porém, para o Atlético Nacional, primeiro título de um clube da Colômbia na
Libertadores), mas chegou novamente à final em 1990, vencendo o Barcelona de
Guayaquil (Equador), eliminando o algoz do ano anterior nas semifinais. Era o
bi. No Mundial, porém, foi derrotado pelo Milan, em Tóquio.
Em 1991, o Olimpia ainda chegou novamente na final da
Liberta, somando sua terceira consecutiva – feito alcançado somente por outros seis
clubes: Independiente, Estudiantes e Boca Juniors, da Argentina; Peñarol, do
Uruguai, América de Cali, da Colômbia; e São Paulo, do Brasil.
Depois de mais um longo período sem finais do maior torneio
sul-americano (porém com seis títulos paraguaios na conta), conquistou o
tricampeonato justamente no ano que completava o centenário de sua fundação, em
2002. Foi em cima da surpresa São Caetano. Mesmo perdendo o jogo de ida em
Assunção (1 a 0), venceu no Pacaembu o jogo de volta (2 a 1) e conquistou a
taça nos pênaltis (assista abaixo). Perderia o Mundial Interclubes para o Real Madrid de Ronaldo,
Roberto Carlos, Figo, Zidane, Beckham e cia., mas a história estava feita: era o
primeiro tricampeão da América de fora do eixo Argentina-Uruguai.
Agora, na final de edição 2013 contra o Atlético-MG, tem o
retrospecto de ter sido derrotado na final da extinta Copa Conmebol, em 1992,
pelo time de Belo Horizonte. Mas, se evocarmos as estatísticas da Libertadores
da América em toda a história do torneio, o Olimpia leva larga vantagem: é a
primeira final atleticana.
Veja abaixo todas as finais disputadas pelo Olimpia na Libertadores:
1960 – Peñarol x Olimpia – Vice
1979 – Olimpia x Boca Juniors – Campeão
1989 – Atlético Nacional x Olimpia – Vice
1990 – Olimpia x Barcelona – Campeão
1991 – Colo-Colo x Olimpia – Vice
2002 – Olimpia x São Caetano – Campeão
2013 – Olimpia x Atlético-MG