<p>L&aacute; pelo final da entrevista coletiva de Maurren Maggi, os diretores do Grupo P&atilde;o de A&ccedil;&uacute;car, um dos patrocinadores da atleta, presentearam-lhe com o cheque simb&oacute;lico (o de verdade ser&aacute; entregue na pr&oacute;xima segunda-feira) de R$ 100 mil, pr&ecirc;mio pela medalha. Enquanto todos admiravam o valor, Sophia, filha dela, interessou-se pela parte do local, animou-se ao ver o S e o P de S&atilde;o Paulo e&nbsp; concluiu: &ldquo;est&aacute; escrito Sophia&rdquo;.</p>
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Junto com duas priminhas, a menina, de quatro anos, ajudou a dar leveza a uma entrevista coletiva simp&aacute;tica, mas, at&eacute; certo ponto, burocr&aacute;tica. Depois que Maurren escreveu o nome da filha na sapatilha com que fez o salto de 7,04 metros, que lhe rendeu a medalha de ouro, e enfatizou tanto a import&acirc;ncia dela na volta por cima em sua carreira, a pequena tamb&eacute;m tornou-se celebridade nacional instant&acirc;nea. No encontro com a imprensa, foi quase como se ela n&atilde;o s&oacute; conhecesse, mas j&aacute; estivesse acostumada ao status.</p>
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Enquanto Maurren dizia, basicamente, que n&atilde;o tinha como prever o futuro ou quantos mais anos permaneceria em atividade, Sophia andava de um lado para outro, sentava &agrave; mesa dos entrevistas como se fosse declarar algo bomb&aacute;stico, brincava com a bandeira bordada na camisa do treinador da m&atilde;e, N&eacute;lio Moura, interrompia discursos, at&eacute; que, no colo de outra integrante da equipe de atletismo, disse o que tanta gente queria ouvir: j&aacute; n&atilde;o prefere mais a medalha de prata &agrave; de ouro. Aceita que sejam uma de cada.</p>
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N&atilde;o que Maurren tenha se mostrado indisposta ou reticente. Ela contou ainda que deu e recebeu os parab&eacute;ns do time de v&ocirc;lei masculino, que ficou com a medalha de prata nos Jogos Ol&iacute;mpicos e veio com ela no mesmo v&ocirc;o de Pequim. &ldquo;Mas eles vieram de primeira classe. Foi legal ter voltado com eles, s&oacute; que voltei na rabiola do avi&atilde;o&rdquo;, explicou.</p>
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S&oacute; que, como assumiu logo no in&iacute;cio da entrevista, &ldquo;a ficha ainda n&atilde;o caiu&rdquo;. Os planos efetivos para o futuro pr&oacute;ximo s&atilde;o comemorar com a fam&iacute;lia em S&atilde;o Carlos e participar da final do Mundial de Atletismo em Stuttgart, na Alemanha, nos dias 13 e 14 de setembro, que Moura define como &ldquo;o &uacute;ltimo compromisso s&eacute;rio do ano&rdquo;. H&aacute; ainda Losanne, na Fran&ccedil;a, na pr&oacute;xima ter&ccedil;a-feira, para o qual o treinador, a atleta e os organizadores j&aacute; aceitam o fato de que ela participar&aacute;, mas n&atilde;o ter&aacute; como preparar-se adequadamente. Para o outro torneio, tamb&eacute;m na China, ele diz que Maurren vai a passeio. Ou, como ela completa, &ldquo;para fazer compras&rdquo;.</p>
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No final do ano &eacute; que vai fazer o planejamento para 2009. De certo, s&oacute; a prioridade para o Campeonato Mundial de Atletismo, tamb&eacute;m na Alemanha. Agora j&aacute; cogita a s&eacute;rio a possibilidade de participar das pr&oacute;ximas Olimp&iacute;adas, em Londres. &ldquo;At&eacute; ganhar a medalha, eu pensava: &lsquo;quando ganhar, me aposento&rsquo;&rdquo;, lembrou. Mas agora est&aacute; decidida a brigar para manter a m&eacute;dia de 7 metros nos saltos. Afinal, o salto que lhe deu a medalha de ouro nem saiu como ela queria. &ldquo;Eu ca&iacute; muito torta na areia, ca&iacute; rodando. Eu vi o desespero do N&eacute;lio e da T&acirc;nia, que sabiam que poderia ter sido melhor ainda&rdquo;, disse.</p>
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Mas antes disso tudo, ela vai ter que descansar. Fora as cinco horas que conseguiu dormir no avi&atilde;o, havia dormido apenas seis desde a etapa qualificat&oacute;ria. No restante do tempo, n&atilde;o conseguia fechar os olhos, preocupada. E arrumava o quarto e, depois de j&aacute; medalhada, festejava na Vila Ol&iacute;mpica com a delega&ccedil;&atilde;o inglesa. &ldquo;Depois eu conto mais&rdquo;, sussurrou para as colegas atletas, tapando o microfone com a m&atilde;o.</p>
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Dali, saiu para o passeio no caminh&atilde;o do Corpo de Bombeiros pelas ruas de S&atilde;o Paulo, com v&aacute;rios familiares junto com ela (Sophia foi na cabine, no colo do av&ocirc;) e seguida pelas duas vans que trouxeram a equipe e os amigos e parentes de S&atilde;o Carlos. Enquanto os transeuntes abanavam ou at&eacute; tentavam mostrar a ela seu talento em saltos &agrave; dist&acirc;ncia improvisados na cal&ccedil;ada, ela parecia come&ccedil;ar a notar o quanto est&aacute; cansada e que o descanso ainda demora um pouco mais.</p>
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O ouro de Sophia: filha rouba a festa de Maurren