<i><b>Por Patrícia Teixeira</b></i>
Não era bem essa a pauta que eu tinha na cabeça para escrever, mas vale a pena ressaltar o investimento que uma pessoa comum tem ao adotar um esporte para obter uma vida sadia. Lendo o texto do nosso colega Bruno Mendonça, me impressionei com o absurdo de um atleta passar pela possibilidade de não ir às Olimpíadas por falta de recursos. Absurdo total!
Reflitam comigo, a delegação brasileira possui 246 atletas, você acredita que todos esses possuem recursos necessários para se sustentarem só com o esporte? A verdade é: enquanto no futebol jorra dinheiro, outros esportistas passam por dificuldades, porque treinar requer uma boa alimentação, vestuário adequado e condições técnicas favoráveis. Esse é o momento do Brasil se voltar mais para o esporte, deixando o futebol, que já caminha com as próprias pernas, um pouco de lado. A intenção não é radicalizar, mas sim dar prioridade a muitas modalidades que os brasileiros se destacam.
Exatamente nesse ponto que quero chegar, o incentivo não se deve ter somente aos atletas atuais, mas investir em futuros atletas, ou seja, crianças que podem trazer muitas medalhas para o país. Sendo assim, que tal incorporar o esporte na educação. Não me refiro somente à educação física dos colégios, mas oferecer condições para desvendar novos potenciais, dando alimentação e uma contribuição mensal. Por quê não?
Como disse anteriormente, é importante tocar nesse assunto, porque praticar esportes, seja profissional ou não, é caro e muito caro. Um esporte simples como corrida requer do praticante, por exemplo, um bom tênis que custa em média R$ 500. Óbvio que pode-se encontrar algo mais acessível, mas para quem treina todos os dias, um tênis não é suficiente. Além disso, é necessária uma boa alimentação para agüentar o ritmo diário. Colocando isso na ponta do lápis, o esportista, que não ganha muito bem e gosta do esporte, acaba tendo somente duas opções: ou deixa de lado o sonho ou gasta tudo no esporte. A terceira opção seria um apoio do governo e das empresas privadas. Mas…
Outro exemplo, quem quer seguir triatlon (como eu um dia) o esporte fica ainda mais caro. Você precisa de: um bom tênis para correr; uma belíssima bicicleta para pedalar de aproximadamente R$ 5 a 10 mil; pagar uma academia para nadar e seguir um treino; seguir uma boa alimentação; roupas e acessórios adequados; uma assessoria esportiva para evoluir nos treinos, dentre outros. Isso é o básico. Faça a conta e imagine quantas pessoas podem ter acesso a isso.
Seria bom se todos pudessem ter o gostinho de experimentar um esporte que se identifica. Enquanto não nascem os incentivos, a população fica só admirando pela televisão. E quanto ao Brasil, estamos perdendo as chances de muitas medalhas.
Uma pena que o esporte ainda seja para poucos!