A Espanha enfrentará o Brasil na decisão da Copa das Confederações, ao vencer nesta quinta-feira (27) a seleção italiana nos pênaltis por 7 a 6, após duelo cheio de emoção, apesar dos 120 minutos sem gols, em jogo válido pelas semifinais da competição, disputado no Castelão, em Fortaleza.

As duas seleções mostraram grande aproveitamento nas penalidades, com 13 acertos. O primeiro erro aconteceu apenas na sétima série, quando Bonucci cobrou para fora. Na sequência, Navas bateu com categoria e garantiu a vitória espanhola.

A classificação ajuda a seleção campeã mundial e europeia a aumentar a maior série invicta da história das seleções, que chega aos 29 jogos. Além disso, a Itália volta a sofrer com sua maldição dos tiros da marca fatal, que custou até título de Copa do Mundo – em 1994.

Enquanto a bola rolou, espanhois e italianos fizeram um duelo muito movimentado e equilibrado. Os primeiros 45 minutos de jogo foram de maior domínio dos tetracampeões mundiais, para que na sequência, nenhuma das seleções conseguisse dominar a outra por longos períodos.

No domingo (30), os espanhóis entrarão em campo para encarar os brasileiros no Maracanã, em uma aguardada final para a Copa das Confederações. O jogo está marcado para às 19h (horário de Brasília). Seis horas antes, italianos e uruguaios decidirão o terceiro lugar, na Arena Fonte Nova.

Para a reedição da final da Eurocopa 2012, os italianos começaram goleando no quesito alterações: 6 a 3. Com relação ao jogo contra o Brasil, Abate, De Sciglio, Aquilani, Montolivo, Diamanti e Balotelli não atuaram. Com isso, Barzagli, Maggio, Pirlo, De Rossi, Giaccherini e Gilardino foram para o jogo.

Na seleção espanhola, Fàbregas e Soldado, que se recuperam de problemas musculares ficaram de fora, dando lugar a David Silva e Fernando Torres. Outra mudança foi a confirmação de Casillas no gol, colocando fim ao rodízio de goleiros feito por Vicente del Bosque na primeira fase.

O jogo começou com uma blitz dos campeões mundiais. Com menos de 2 minutos, Pedro finalizou para fora, na primeira boa chance da Espanha e do jogo. Os italianos, no entanto, deixaram claro que a aposta no contra-ataque não significava medo. Aos 3, após jogada veloz de De Rossi, Giaccherini teve oportunidade em chute de fora da área, mas errou o alvo.

Curiosamente, depois do lance, apesar de manterem a posse de bola por maior tempo, os espanhois acabaram ficando mais presos no setor defensivo. Enquanto isso a Azzurra ia levando perigo. Aos 14, Gilardino bateu cruzado, mas não conseguiu acertar o gol defendido por Casillas.

Em seguida, aos 16, aconteceu a melhor chance da etapa inicial, quando Maggio recebeu lançamento nas costas da defesa vermelha e testou para ótima defesa do goleiro do Real Madrid. O sufoco continuou nos minutos seguintes, com De Rossi e Marchisio, que usaram a cabeça para tentar marcar, mas também erraram o alvo.

Sem conseguir furar a forte marcação italiana, a Espanha seguiu acuada. O lateral direito Maggio, que gostou de se aventurar no ataque e ficou mais uma vez perto de abrir o placar aos 36 minutos. De novo aparecendo como elemento surpresa para cabecear, o jogador do Napoli parou em boa intervenção de Casillas.

Quase que um mero espectador durante boa parte do primeiro tempo do jogo, o goleiro italiano Buffon só pode torcer no minuto seguinte da partida, quando Fernando Torres recebeu na entrada da área, girou para cima de Barzagli e bateu cruzado à esquerda do gol que defendia.

Com a sensação de que poderia ter tido melhor sorte na etapa inicial, os italianos voltaram com uma alteração ousada para os 45 minutos finais. Tanto é que o técnico Cesare Prandelli tirou o zagueiro Barzagli para colocar o meia Montolivo. Com isso, De Rossi passou a atuar como zagueiro.

Sem mudanças na escalação, os espanhóis voltaram explorando ainda mais sua eficaz posse de bola. Sem conseguir levar grande perigo, logo aos 7 minutos da etapa final, Vicente del Bosque fez sua primeira alteração, colocando Navas no lugar de David Silva.

Foi do mais novo jogador do Manchester City, a primeira boa chance no segundo tempo. Aos 12, após boa jogada de Fernando Torres dentro da área, Navas apareceu de trás, batendo rasteiro, parando na defesa de Buffon. Pouco depois, Iniesta tentou surpreender o goleiro da Juventus chutando de fora da área, mas errou o alvo.

Aos 33 minutos de jogo, os dois técnicos decidiram fazer alterações em suas equipes. Na Espanha, Del Bosque colocou Mata no lugar de Pedro, e em seguida, Prandelli lançou Aquilani no lugar de Marchisio na seleção italiana.

O jogo vinha em ritmo mais lento, até que aos 39 minutos, Torres disparou cruzando a intermediária espanhola, passou para Navas, que cruzou para o meio da área. Piqué apareceu no meio da zaga italiana, mas acabou isolando na finalização.

A evidente exaustão das duas seleções, além da falta de pontaria na finalização, acabou levando o duelo para a prorrogação. Para o 30 minutos adicionais, apenas a Itália apresentou substituição, com Giovinco no lugar de Gilardino.

Apesar de apresentaram condição física pior, a seleção italiana foi quem primeiro assustou. Logo aos 2 minutos, após ótima jogada de Maggio, Giovinco não conseguiu finalizar, mas a bola cruzou toda a área até chegar nos pés de Giaccherini, que soltou uma bomba, acertando a trave de Casillas.

Logo em seguida, Vicente del Bosque surpreendeu, colocando o volante Martínez no lugar de Fernando Torres. A partir daí a Espanha conseguiu aumentar a pressão, quase sempre com bolas cruzadas na área. Por azar, em duas sobras, a bola caiu nos pés de Sergio Ramos e Piqué, que isolaram na finalização.

Aos 8 minutos do primeiro tempo, Iniesta apareceu para exibir todo seu talento. Após bela jogada individual, deu passe de gênio para Alba, que invadia a área. O lateral esquerdo bateu de primeira, mas acabou chutando por cima do gol de Buffon.

No segundo tempo, logo aos 3 minutos, a Espanha ameaçou, com Mata, que recebeu desmarcado na entrada da área, ajeitou a bola e bateu à esquerda do gol italiano.

O grande momento da prorrogação aconteceu aos 9 minutos da etapa final, quando o até então apagado Xavi recebeu na intermediária e bateu forte. Buffon deu leve toque na bola, que ainda resvalou na trave. No minuto seguinte, Navas parou em outra defesa do goleiro, que garantiu a igualdade, e que a definição do finalista saísse nos pênaltis.

Na disputa das penalidades, Xavi, Iniesta, Piqué, Sergio Ramos, Mata, Busquets e Navas marcaram para os espanhois. Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco, Pirlo e Montolivo fizeram para os italianos. O zagueiro Bonucci, no entanto, chutou por cima do gol, na sétima cobrança da Azzurra.

Ficha técnica:

Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; David Silva (Navas), Pedro (Mata) e Fernando Torres (Martínez). Técnico: Vicente del Bosque.

Itália: Buffon; Barzagli (Montolivo), Bonucci, Chiellini; Maggio, Pirlo, De Rossi, Marchisio (Aquilani), Candreva e Giaccherini; Gilardino (Giovinco). Técnico: Cesare Prandelli.

Árbitro: Howard Webb (Inglaterra), auxiliado por seus compatriotas Michael Mullarkey e Darren Cann.

Cartões amarelos: Piqué (Espanha) e De Rossi (Itália).

Estádio: Castelão, em Fortaleza.


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Nos pênaltis, Espanha despacha Itália e vai à final da Copa das Confederações