O goiano Ruben Fontes (JF Racing) não ouviu palmas ao conquistar sua primeira vitória na Stock Car neste domingo no encharcado circuito gaúcho de Tarumã. Ouviu vaias. Inconformada com a decisão do diretor de provas de encerrar a prova por causa da falta de segurança, o público nas arquibancadas não escondeu a sua irritação e protestou. Com os resultados da prova – Giuliano Losacco (A. Matheis-Medley) foi o 7º, Hoover Orsi (Nasr Castroneves) ficou em 8º e Cacá Bueno (Action Power) chegou em 14º -, a definição do título está adiada.

A chuva não deu trégia um único minuto. A corrida começou e terminou com bandeira amarela e, nas poucas voltas em que o piloto do safety car Cláudio Ricci deixou a pista, as rodadas e acidentes se sucederam. Os mais sérios foram estrelados por Popó Bueno (Nascar) e Rodrigo Sperafico (OWL). “A prova nem deveria ter sido iniciada”, afirmou Losacco, que descontou sete pontos para o líder e agora está a 48 de Cacá na segunda colocação do campeonato. “O carro aquaplanava até em baixa velocidade. E chegou uma hora em que eu não enxergava nada, porque o interior do carro estava completamente embaçado. Por isso, acho que a decisão de parar a prova foi acertada”, complementou.

Seu companheiro de equipe, Guto Negrão, também aplaudiu a decisão. “Estava mesmo muito difícil, embora meu carro estivesse muito bom nas condições. O problema é que a pista piorou bastante porque a chuva aumentou muito depois que fizemos as voltas de reconhecimento antes da largada”, disse. Foi nesse período que David Muffato (Boettger Competições) bateu e nem pôde alinhar no grid.

O chefe da equipe Medley afirmou entender a revolta dos torcedores. “Eles pagaram para ver um espetáculo, enfrentaram a chuva e não viram o que gostaríamos de ter apresentado. Mas em certas situações não há nada que se possa fazer. Acho até que o fato de a prova ter sido iniciada em condições de segurança tão críticas foi uma prova de respeito, porque a largada nem deveria ter sido autorizada”, analisou Andréas Mattheis.

De acordo com Carlos Montagner, o diretor de prova, não havia outra alternativa. “Esperei apenas que os 75 por cento da prova fossem completados para que a pontuação fosse distribuída na íntegra. Entendo os protestos dos torcedores, mas a segurança dos pilotos está em primeiro lugar. Até pilotos experientes como o Ingo Hoffmann e o Luciano Burti disseram aos chefes de equipe que não havia condições de a corrida prosseguir”, justificou. Embora tenha reduzido a diferença para Cacá em menor número que o esperado, Losacco não escondia o alívio. “Quase saí da pista pelo menos duas vezes. O risco de dar uma batida forte e destruir o carro era enorme”.

Com os dois pontos de hoje, Cacá tem agora 148 contra 100 de Losacco e 90 de Hoover. Faltam ainda três etapas e mais 75 estarão em jogo em Buenos Aires, no próximo dia 30, e no Rio de Janeiro e São Paulo, em novembro.


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'Nem deveria ter começado', diz Losacco