<i>Leandro Desábato foi o bode expiatório da luta contra o racismo no futebol? Sim, foi. Mas não à toa. Está na hora do esporte ficar longe da intolerância. Futebol não tem cor.</i>

Negro. Uma palavra com cinco letras foi o grande assunto da semana que passou. Iniciou até uma questão diplomática entre dois países vizinhos. Virou manchete nos principais jornais do planeta.

Ao dizer “negro”, de maneira preconceituosa, ao atacante Grafite, do São Paulo, o zagueiro argentino Leandro Desábato pôs mais lenha em uma fogueira que está mais acesa do que nunca. Atos racistas já eram comuns na Europa. Agora, são importados para a América do Sul. Uma pena.

Conversando com amigos, as opiniões estão divididas. Alguns acreditam que a prisão de Desábato foi um exagero. Outros, como eu, acham que estava na hora de alguém iniciar um basta ao racismo no futebol. Claro que a questão do preconceito racial é muito mais ampla. Vivemos no Brasil, um país racista sim senhor. Mas o esporte não pode conviver com isso.

Na Europa, as entidades tomam providências contra atos racistas. Lá, as coisas são mais agressivas. Jogador negro ou mulato, quando pega na bola, é “ovacionado” com sons de macacos. Roberto Carlos, um dos maiores jogadores da atualidade, é a vítima preferida das torcidas xenófobas.

É triste ver atos como esse. O futebol não tem cor. Todos são seres humanos, iguais na essência. A pigmentação não faz de um branco melhor ou pior do que um negro. O que os diferenciam são as atitudes e a maneira de pensar.

Não acredito que exageraram na prisão de Desábato. Alguém precisava ser o bode expiatório. Que no caso não foi vítima e sim o vilão. Agora, temos que cobrar da justiça atitudes como essa sempre que o racismo aparecer. Ou do contrário vai ficar a impressão de que tudo não passou de uma grande cena de novela, com pitacos de rivalidade entre brasileiros e argentinos.

<b> Perguntar não ofende 1</b>
Caso as câmeras da Globo não tivessem flagrado Desábato dizendo “negro” para Grafite, será que o atacante do São Paulo teria denunciado o racismo do adversário?

<b> Perguntar não ofende 2</b>
Caso Galvão Bueno não tivesse feito o discurso apoteótico que fez durante o intervalo da partida, será que o caso teria ganho as proporções que ganhou?

<b>Perguntar não ofende 3</b>
Assumir seu nome no futebol de Grafite não é aceitar um preconceito?


int(1)

Negro

Sair da versão mobile