Alvo de muitas vaias neste sábado (12), no primeiro jogo da NBA no Brasil e no qual esteve em quadra pelo Washington Wizards contra o Chicago Bulls, no Rio de Janeiro, o pivô Nenê rebateu em entrevista coletiva as críticas que recebeu por pedir dispensa da seleção brasileira, incluindo de Oscar Schmidt.
“Não preciso me defender de nada, não bati, não roubei, não matei ninguém”, afirmou o jogador após o jogo, ao ser perguntado sobre como reagiu às vaias.
“Tem muitas pessoas que me olham e me tem como exemplo. Em um momento desse, em uma conquista dessa (um inédito jogo da NBA no Brasil), tem pessoas pobres de espírito que não conseguem discernir um momento grandioso para o basquete, e é por isso que nosso basquete às vezes, com todas essas conquistas, com todos esses fatos históricos, não consegue crescer. Mas um dia, eu sei, eu creio que isso irá mudar”, declarou o pivô.
No intervalo da partida, na HSBC Arena, o ex-jogador Oscar concedeu entrevista atrás da quadra e criticou asperamente Nenê e Leandrinho por pedirem dispensa da seleção, dizendo concordar com as vaias do público a ambos (Leandrinho assistiu ao jogo na arquibancada e também foi hostilizado).
Nenê foi questionado sobre os comentários de Oscar, e, embora sem aparentar irritação no tom de voz – mascou chiclete durante toda a coletiva e falou pausadamente -, ou mesmo citar em nenhum momento o nome do “Mão Santa”, desabafou.
“Eu não devo satisfação a pessoas pobres de espírito. Todas as pessoas que acompanham o basquete, que querem o bem, sabem o que aconteceu, tudo o que aconteceu comigo teve explicação, só foi mal informado”, disse.
“Tive lesões, o nascimento do meu filho, quando pensava que não poderia ter, quebrei o braço, o câncer, então não vou deixar pessoas pobres de espírito interferir”, acrescentou, lembrando algumas das situações com as quais teve que lidar nos últimos anos.
Nenê também falou sobre o fato de o técnico dos Wizards, Randy Wittman, ter tido interferência direta no episódio de sua ausência da seleção brasileira na última Copa América.
“Estou bem calejado, passei por várias coisas na vida, às vezes tem reações que a gente não pode controlar, o importante é a chama, a paixão que tenho pelo esporte, sei que um dia as coisas irão mudar. Meu técnico teve discernimento de entender uma situação, além disso é pré-temporada, estou tranquilo de estar representando meu pais, meu povo, minha familia, meus fãs e com certeza sempre vão ter pessoas que veem o contrário, que aproveitam uma brecha para criar um monstro”, argumentou.
“Nunca vou deixar de querer o bem do basquete brasileiro, sei que no tempo certo Deus vai colocar as pessoas certas nos lugares certos”, disse Nenê.
