Não é apenas no futebol brasileiro que o preço salgado dos ingressos para assistir uma partida de futebol está incomodando os torcedores. Na Inglaterra, uma onda de protestos contra os altos valores aplicados pelos clubes ingleses da primeira divisão está tomando conta das arquibancadas, principalmente após a Premier League vender os direitos de transmissão para as próximas três temporadas por mais de 5 bilhões de libras, mais de R$ 22 bilhões.
No último sábado, organizados do Crystal Palace estenderam uma gigante faixa no estádio Selhurst Park, antes da partida contra o Arsenal, com um porco engravatado desenhado e protestando contra a exploração nos valores cobrados pelo clube.
“Cinco bilhões no cocho e os torcedores ainda são explorados. Dividam o lucro, porcos”, dizia a faixa, que ainda batizada a liga inglesa de “Premier Greed”, fazendo assim um jogo de palavras com o nome da competição e a palavra “greed”, que significa “ganância”.
Não são apenas os torcedores do Crystal Palace que estão indignados com os altos valores. A cada temporada do campeonato inglês, a indignação das arquibancadas ganha mais força. Alguns fãs do Leicester, por exemplo, levaram faixas com uma conta básica para mostrar que não é rentável ao clube ter espaços vazios no seu estádio por conta dos preços abusivos.
“2.256 ingressos a 41 libras ou 6.500 a 20 libras”, questiona a faixa, desafiando os dirigentes a multiplicarem os números para se notar que vender mais ingressos baratos enche estádio e também dá lucro.
Um pouco diferente do Brasil, na Inglaterra todos os clubes vendem carnês para a temporada. Na Premier League, o bilhete mais barato custa algo em torno de 15 libras (R$ 66), que é o preço cobrado pelo Newcastle para o torcedor que compra todos os 19 jogos como mandante do ano. Já o mais caro é o do Arsenal: 97 libras (R$ 428). As informações são da BBC, que também confirma que os ingressos avulsos têm valores bem mais caros e variam de acordo com a importância da partida.