Até dois anos antes, título mundial interclubes, para brasileiro, era coisa irreal. Só o Santos de Pelé conseguira, na época, que já ficava distante de domínio do futebol brasileiro no mundo. Aí chegou 1981 e o Flamengo de Zico bateu o Liverpool por 3 x 0 em Tóquio. Com a seleção de 1982 como ampla favorita para vencer a Copa da Espanha, parecia que os anos dourados do futebol brasileiro voltariam, mas Paolo Rossi fez aqueles três gols no Sarriá e a Itália eliminou o Brasil.

 

Sorte que entrou em cena o ponta direita (tinha isso naquele tempo) então conhecido apenas como Renato, que já foi descrito como "um Garrincha criado à base de polenta". Um quarto de século depois, quando o São Paulo já acumula três mundiais na bagagem, parece que foi pouca coisa o título do Grêmio em 1983. Não foi. Serviu para amenizar o golpe da derrota daquele timaço armado por Telê e levantar os ânimos até que o outro timaço que Telê montou (o São Paulo 1992/1993) e, depois, a Seleção de Parreira reacostumassem o Brasil à vitória.

 

Para chegar a Tóquio, o Grêmio venceu primeiro a Libertadores. E, olha, em termpos sem exame anti-doping e com jogos que sempre viravam batalhas campais, isso era complicado. O destaque do time, comandado por Valdir Espinosa, era mesmo Renato, mas havia outros nomes fortes, como De Leon, Tarciso, China, Badek. E Tita. Após a heróica vitória sobre o Peñarol no Estádio Olímpico, em Porto Alegre (quem não conhece a imagem de De Leon com a testa sangrando enquanto ergue a taça), no dia 28 de julho, Tita voltou para o Flamengo. Como reforçar o time para o Mundial? A diretoria levou Mário Sérgio e Paulo César Caju, que ambientaram-se ao grupo e ajudaram a fazer a diferença.

 

No dia 11 de dezembro de 1983, o Grêmio entrou tinindo no Estádio Olímpico (olha o nome) de Tóquio e foi para cima dos alemães do Hamburgo, campeões europeus daquele ano. Quem vê o primeiro gol, com Renato entortando o zagueiro alemão antes de marcar, pode achar que o empate do Hamburgo foi um acidente de percurso. Não foi. O goleiro gremista Mazarópi teve trabalho e pegou várias bolas difíceis. Quando chegou a prorrogação, foi Renato de novo que resolveu, com mais um drible, mesmo que não tão bonito quanto o primeiro gol. Foi mais que o suficiente para merecer o carro oferecido como prêmio ao melhor jogador em campo.

 

 


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Mundial Interclubes do Grêmio completa 25 anos