O Conselho Judicial Muçulmano (MJC, na sigla em inglês), principal organismo representativo dos muçulmanos sul-africanos, advertiu hoje a Al Qaeda que não permitirá transformar o Mundial em seu campo de batalha política.

“Os muçulmanos da África do Sul são sul-africanos, nascemos aqui, lutamos muito duro contra o ‘Apartheid’ para conquistar a democracia e a nossa responsabilidade agora é proteger à África do Sul”, disse o presidente do MJC, Moulana Ihsaan Hendricks, ao “Daily News”.

“Não permitiremos ninguém, seja Al Qaeda, palestino, iraquiano, paquistanês, destruir a existência pacífica na qual vivemos”, acrescentou.

“Faltam poucos dias para o Mundial e não podemos permitir que nenhum grupo terrorista, incluído Al Qaeda, faça guerra no nosso país”, assinalou.

O MJC reagiu dessa forma à detenção no Iraque de um ex-coronel saudita há duas semanas acusado de planejar um atentado contra a Copa, em colaboração com a organização terrorista Al Qaeda.

Hendricks parabenizou o Iraque pela prisão e lembrou aos grupos terroristas muçulmanos que não contam com o apoio dos muçulmanos sul-africanos.

Um especialista do Governo sul-africano em assuntos sauditas disse hoje que “preocupa muito a informação de que alguém tenha sido preso por conspirar contra o Mundial”.

“Isto é muito, muito sério e vamos ter de esclarecer todos os fatos”, assinalou.

Os ministérios de Assuntos Exteriores sul-africanos, assim como os serviços de inteligência do país, tentam checar as informações procedentes do Iraque.

“Sempre dissemos estar preparados para resolver qualquer problema de segurança durante o Mundial e que confiamos em nosso plano (de segurança)”, disse hoje o porta-voz do Ministério de inteligência, Brian Dube.

África do Sul insiste há meses em transmitir uma mensagem de tranquilidade, principalmente depois do atentado sofrido pela seleção do Togo e não poupou demonstrações de força para mostrar ao mundo que o Mundial será seguro.

Dezenas de policiais foram muito bem preparados. As Forças Armadas puseram seus homens e recursos a serviço do Mundial, e a Interpol, através de seu secretário-geral, Ronald Nobre, elogiou o plano de segurança sul-africano.

Não é a primeira vez que a Al Qaeda planeja um atentado para abalar o Mundial da África do Sul: em abril, a televisão americana “CBS” informou que a organização tinha como objetivo o campeonato e, especialmente, a partida da primeira fase entre os Estados Unidos e a Inglaterra.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que “nenhuma ameaça impedirá que o Mundial ocorra na África do Sul”.


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Muçulmanos sul-africanos se rebelam contra ameaças da Al Qaeda à Copa

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