A expulsão do técnico José Mourinho na partida que o líder Real Madrid empatou em 1 a 1 com o Villarreal, na última quarta-feira, acrescentou um capítulo a mais na difícil relação do português com os árbitros, cheia de conflitos, que lhe causaram muitas punições.
O Real pagou um alto preço no estádio El Madrigal. O empate diminuiu a vantagem sobre o Barcelona para seis pontos e teve quatro expulsões: Mourinho, seu auxiliar Rui Faria e os jogadores Sergio Ramos e Mesut Özil. O treinador deixou o banco com duas advertências, após fazer reclamações quanto ao trabalho do juiz.
Mourinho já havia reclamado na rodada anterior do trabalho da arbitragem no empate em 1 a 1 com o Málaga no Santiago Bernabéu, dizendo que o juiz não apitou dois pênaltis claros e que também esteve mal na marcação dos impedimentos.
O técnico também havia criticado o quarto árbitro do jogo que o Real Madrid venceu fora de casa o Rayo Vallecano por 1 a 0, no dia 26 de fevereiro, ao dizer que era o mais arrogante que tinha encontrado em sua carreira.
Um mês antes, Mourinho chegou a esperar no estacionamento do Camp Nou o juiz Fernando Teixeira Vitienes para apresentar suas queixas pela arbitragem da volta das quartas de final da Copa do Rei, em que seu time foi eliminado pelo Barça.
Os problemas de Mourinho com os árbitros, que também aconteceram em suas passagens por Inglaterra e Itália, levaram em junho o Comitê Técnico de Árbitros a denunciar o técnico luso, denúncia que foi arquivada pelo Comitê de Competição.
“É muito fácil nos dar cartões. Conosco o amarelo é vermelho, o que não é nada é amarelo e temos sorte que não existe o laranja, porque senão teríamos mais do que ninguém”, chegou a dizer Mourinho.
Já o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, tentou acalmar a situação, afirmando que “há dias que os árbitros se equivocam a seu favor e outros contra. Este ano, as coisas não foram boas para o Barça, mas essas coisas normalmente se equilibram”, declarou Rosell.
Ninguém chegou mais longe que Mourinho, ao questionar, por exemplo, os favorecimentos dos árbitros ao time catalão e a validade da Liga dos Campeões que Josep Guardiola conquistou em 2009. O português foi suspenso pela Uefa por cinco jogos, mas depois a suspensão foi reduzida para três.