O descontentamento dos motoristas de vans com a entrada em funcionamento de um novo sistema público de ônibus em Johanesburgo, na Cidade do Cabo e em Port Elisabeth, as três sedes da Copa da África do Sul, ameaça tumultuar a realização do evento.
“Nossas vidas não dependem do Mundial. Isso vai além”, disse à imprensa local Alpheus Mlalazi, secretário-geral da Aliança Geral de Táxis, como são chamadas as vans no país.
Mlalazi disse que convocará dois dias de greve a cada nove se, em duas semanas, o Governo não atender às reivindicações da categoria.
Os motoristas de vans se sentem “sistematicamente” excluídos dos planos de transporte do Governo para a Copa de 2010, os quais contemplam a abertura de novos corredores expressos para ônibus.
Uma das linhas que serão abertas permitirá aos usuários se deslocar das cercanias do Soccer City ao Ellis Park, ambos estádios do Mundial deste ano e localizados, respectivamente, em Soweto e no centro de Johanesburgo.
“Durante a Copa, nossa responsabilidade é levar as pessoas aos estádios a tempo e com segurança”, disse ontem o ministro dos Transportes, Sibusiso Ndebele, para quem um bom sistema de transporte é vital para o sucesso da Copa.
“A democracia não consiste apenas no direito de votar. Também tem a ver com a liberdade de ir e vir”, acrescentou, assegurando que o Governo continuará trabalhando para chegar a uma solução aceitável para todos.
No entanto, a Aliança Geral de Táxis tem pressa. A entidade já anunciou uma manifestação para 13 de abril, após a qual pretende entregar ao presidente do país, Jacob Zuma, um memorando com todas as suas reivindicações.
Ontem, os motoristas de vans fizeram uma paralisação pacífica na Cidade do Cabo. Há dez dias, porém, eles queimaram pneus e montaram barricadas para impedir a abertura dos corredores expressos para ônibus de Johanesburgo. Cerca de dez pessoas acabaram detidas.