Só as mulheres podem nos dizer o quanto elas sofrem diariamente com o machismo. Em todos os âmbitos elas têm motivos para reclamar, mas no esporte isso é cada vez mais visível. Em muitos esportes as mulheres não tem o mínimo de incentivo, como ocorre no tênis. Andy Murray e Amelie Mauresmo são prova viva disso.
Em coletiva realizada após sua vitória em cima de Berdych, que garantiu a primeira final de Grand Slam para Murray desde 2013, o tenista desabafou contra as críticas que estava sofrendo apenas pelo fato de ser comandado por uma mulher. Pois é.
“Muita gente me criticou por trabalhar com ela. E eu acho que nesta semana mostramos que uma mulher pode ser uma boa treinadora também”, disse Andy Murray, referindo-se a sua classificação para as finais do Aberto da Austrália. “Eu sou muito grato a Amelie por ela ter aceitado me treinar. Acho que foi uma escolha corajosa e espero que, daqui a alguns dias, tudo possa valer a pena”. completou o tenista. Amelie Mauresmo foi a primeira francesa a se tornar a melhor tenista do mundo, além de ter conquistado a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004.
Com a treinadora desde junho de 2014, Andy Murray substituiu uma parceria vitoriosa com Ivan Lendl para ser treinado por Amelie. O tenista terá pela frente o atual melhor do mundo, Novak Djokovic, na final do primeiro Grand Slam do ano. A torcida é para que, independente do resultado, o trabalho de todos os envolvidos seja reconhecido, independente de gênero.
E um último recado: