A próxima capa da revista americana “Time” será estampada pelo rosto do atacante Lionel Messi, a quem a publicação dedica páginas para uma entrevista com o argentino, em que pergunta por que o melhor jogador de todos os tempos não consegue ser bem-vindo em seu país.
Com o título de “King Leo”, uma alusão ao personagem do filme “O Rei Leão”, as edições da “Time” para a Ásia e o Pacífico Sul, que serão colocadas à venda no próximo dia 6, estamparão o rosto do vencedor das últimas três edições do prêmio de melhor do mundo da Fifa. No entanto, o atleta de 24 anos não será protagonista da versão para os Estados Unidos, onde o futebol não é tão popular.
A jornalista Lisa Abend, que atuou como tradutora para o autor do artigo, Bobby Ghosh, relata em uma introdução publicada no site da revista como foi o encontro com o astro.
“Em diferentes momentos antes de nossa entrevista, cada um dos meus colegas obcecados com o futebol – o escritor Bobby Ghosh, o fotógrafo Joachim Ladefoged e o ajudante Ranum Rasmus – confessaram sentir certa ansiedade antes de conhecer Lionel Messi”, conta a jornalista, que garantiu ter ficado tranquila diante do argentino por não acompanhar o esporte muito de perto.
“Estamos a ponto de falar com, possivelmente, o melhor jogador da história deste esporte, e cabe ao senhor fazer com que ele se sinta cômodo. Mas não há pressão”, advertiu Ghosh. E então, segundo ela mesma, Lisa se deu conta de seu papel.
Messi, que é conhecido por ser uma pessoa tão calma quanto tímida, às vezes é temido pelos jornalistas por ser comedido nas palavras, sobretudo em casos como este, nos quais se pretende buscar um lado mais íntimo.
A tradutora considerou que o encontro com o atacante do Barcelona foi melhor que o esperado, mas não foi nada de excepcional.
“Ele resistiu a todos os nossos esforços para arrancar uma história ou uma lembrança. Em uma tentativa, desesperado para colocar um pouco de cor sobre seu período no famoso centro de treinamento treino da Masía, lhe perguntei como eram as comidas, com a esperança de obter uma lembrança sobre um prato favorito ou odiado. A resposta dele foi: ‘São muito boas'”, contou Lisa.
Os jornalistas e fotógrafos da revista americana não desistiram e tentaram buscar entre seus próximos algum detalhe do argentino que lhes permitisse desenhar um perfil mais próximo e divertido, mas não houve muita sorte.
“O mais interessante foi comprovar como ninguém, inclusive as pessoas que o viram crescer no Barça, parecia ter nenhuma lembrança pessoal com ele. Continuamos tentando chegar à pessoa fora do campo, só para descobrir que na realidade ela não existe. Tão forte é a dedicação de Messi a este esporte que, literalmente, isso era tudo do que qualquer pessoa poderia falar sobre ele”, acrescentou a jornalista.