Lionel Messi não é nenhum super-herói, mas exerceu o papel de um nesta quarta-feira ao entrar em campo no segundo tempo do jogo de volta entre Barcelona e Paris Saint-Germain pelas quartas de final da Liga dos Campeões e iniciar o lance que gerou o gol do empate em 1 a 1, resulyado que levou o time catalão às semifinais da competição.
Com o resultado obtido hoje no estádio Camp Nou e o 2 a 2 da partida de ida, na semana passada, em Paris, o Barça continua vivo no torneio graças ao critério do “gol qualificado” – número de gols marcados na casa do adversário.
‘Super-Messi’ e seus “ajudantes” continuam em busca da taça perdida nas semifinais em 2012, quando a equipe foi eliminada pelo Chelsea, e conhecerão o próximo “inimigo” na sexta-feira. Às 7h (de Brasília), a Uefa realizará o sorteio dos confrontos que decidirão os finalistas do torneio continental.
Já o PSG terá que se conformar com uma missão “menor”, o título do Campeonato Francês, do qual é líder com oito pontos de frente para o concorrente mais próximo. Fica para os comandados de Carlo Ancelotti o consolo de que a recompensa será boa, de até 400 mil euros para cada jogador caso a taça seja conquistada.
Dúvida para a partida devido a uma lesão na coxa direita, Messi começou no banco. O ataque do Barcelona teve Fàbregas, Pedro, que também não tinha presença garantida, e Villa. Na proteção à base, o lateral Adriano teve que atuar improvisado na zaga devido às ausências de Puyol e Mascherano.
No “inimigo”, a única ausência entre os considerados titulares foi de Matuidi. Ancelotti então trocou a dupla de volantes em relação ao jogo de ida. Beckham também perdeu seu lugar, e Verrati e Thiago Motta foram escalados.
Ciente de que só a vitória interessava, a equipe francesa buscou o ataque desde o começo, enquanto o Barça, que nunca se limita a defender, também saiu para o jogo. Com isso, a partida foi movimentada desde o começo.
Logo aos minutos do primeiro tempo, Xavi teve falta para cobrar na entrada da área. O meia chutou com categoria e acertou a rede, mas pelo lado de fora. A “luta contra o mal” não seria assim tão fácil.
Dois minutos, veio a resposta. Lavezzi aproveitou erro de Busquets e acelerou pelo meio com liberdade, mas adiantou demais e facilitou o trabalho de Valdés. Era apenas o primeiro trabalho em uma tarde agitada para o arqueiro do time anfitrião.
O PSG se fazia mais presente no ataque, mas quase foi surpreendido aos 12 minutos. Iniesta pegou sobra de muito longe, mas viu Sirigu adiantado e decidiu arriscar. A bola passou muito perto do travessão.
Mesmo não sendo o seu ponto forte, pelas circunstâncias da batalha, o Barcelona apostava em alguns contra-ataques. Aos 23, Pedro recebeu na área pela esquerda e finalizou, mesmo com pouco ângulo. Sirigu defendeu e a bola voltou para o atacante, que bateu para fora.
A equipe de Paris respondeu logo na sequência, aos 24, com a melhor chance do primeiro tempo. Ibrahimovic, a grande força do PSG, descolou lindo passe para Lavezzi, que colocou na frente e, mesmo caindo, arrematou rasteiro para grande intervenção de Valdés.
Os visitantes então esboçaram uma pressão e levaram perigo com duas cabeças seguidas, aos 27 e aos 28 minutos. Primeiro foi Lucas quem tentou, e depois, Alex. Nas duas, o arqueiro espanhol, “escudo” dos donos da casa, defendeu bem.
A batalha continuou movimentada, mas a bola ia de intermediária a intermediária, sem que os goleiros aparecessem muito. Lucas rompeu a inércia com boa jogada pela 41, deixando dois marcadores para trás na direita até sofrer falta. Após uma pequena conferência, Ibrahimovic foi o escolhido para bater, mas carimbou o muro, ou melhor, a barreira.
Como em toda briga entre “heróis” e “vilões”, os “bandidos” tiveram a vitória nas mãos primeiro. Ibrahimovic lançou rasteiro para Pastore, que arrancou pela esquerda e tocou por cima na saída de Valdés para fazer 1 a 0.
O Barça sentiu o golpe, e o PSG poderia ter feito o segundo gol oito minutos depois, mais uma vez com Lavezzi. O argentino recebeu na grande área e poderia ter rolado para Lucas, livre na direita, mas preferiu finaliza, pegou mal e errou o alvo por muito.
Foi então que o “capitão” Tito Vilanova enfim mandou ‘Super-Messi’ a campo, sacando Fàbregas. “Ferido”, Adriano também teve que sair, dando lugar ao jovem Bartra.
Como não poderia deixar de ser, o Barça passou a sufocar o adversário. Em dois bate-rebates seguidos na área de defesa, aos 19 minutos, o PSG conseguiu se salvar. No segundo deles, Sirigu espalmou bonito após tentativa de Iniesta.
Com Messi no gramado, o Barcelona voltou a ser Barcelona, trocando passes com paciência, como quem parecia que o gol sairia a qualquer momento. E saiu, aos 25.
O “herói” iniciou o lance pelo meio e tocou na área para Villa, que ajeitou para Pedro. O camisa 17 arrematou no canto esquerdo e acertou o principal golpe sofrido pelo “inimigo”, deixando tudo igual.
Acostumado às grandes batalhas, a “Liga Barcelona de Heróis” não baixou a guarda e passou a usar seu principal “poder”, o toque de bola que cansa qualquer adversário.
O PSG já mostrava abatimento, mas, como qualquer “inimigo”, era traiçoeiro. Aos 32 minutos, Ibra encontrou Lavezzi livre na direita, mas como nessa “guerra” também há regras, a tentativa foi invalidada porque o argentino estava impedido.
Iniesta, outro dos principais “mocinhos” da equipe catalã, tentou dar o golpe de misericórdia. Aos 41 minutos, o meia fez grande jogada pela esquerda, driblou Jallet e bateu cruzado, mas errou o alvo.
Foi necessário então resistir até o fim. O “inimigo” ainda teve um último suspiro, aos 47, mas se atrapalhou como qualquer grande vilão. Van der Wiel tinha espaço para cruzar para a área, mas tentou mais um drible e ficou sem a bola.